Rios nega envolvimento na morte de ‘Playboy da Mansão’ e alega constrangimento quando preso

Marcelo Rios está encarcerado no Presídio Federal de Mossoró (RN) pela morte de Marcel Colombo ocorrida em 2018

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Marcelo Rios. (Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

Marcelo Rios, ex-guarda municipal e réu pela morte de Marcel Costa Hernandes Colombo, o ‘Playboy da Mansão’, negou envolvimento no crime e alegou ter sofrido um constrangimento quando preso com um arsenal no ano de 2019, em Campo Grande. 

Antes de ser interrogado, Rios disse que optou por ficar parcialmente em silêncio e que responderá apenas perguntas de sua própria defesa, representada pelo advogado Márcio Widal e, aos jurados, caso necessário. 

Questionado sobre participação na morte de ‘Playboy da Mansão’, o réu negou e alegou ter passado por constrangimento, quando preso com um carregador de pistola no cruzamento da Avenida Eduardo Elias Zahran com a Rua Rodolfo José Pinho, na Capital, em maio de 2019.

“Quero esclarecer aos jurados que o que fiz eu não precisava ter passado nenhum tipo de constrangimento. Não era necessário ter acontecido o que aconteceu. Mas quanto ao homicídio eu não tenho envolvimento”, disse.

Segundo ele, a prisão foi ‘estranha’, já havia retornado de Bonito, cidade a 300 quilômetros de Campo Grande. “Eu falo que é estranho porque qual o motivo para quem vai sair de Bonito com um carregador? Se fosse assim, eu andaria armado”, alegou.

Por fim, Marcelo faz um pedido aos jurados: “Eu não tenho envolvimento, não tinha nenhuma desavença, não conhecia ele, não tenho envolvimento. Eu sou muito julgado pelo meu passado, mas eu peço pra que vocês, por favor, separar o fato do meu passado”.

Durante o interrogatório, Terezinha Brandão dos Reis interrompeu e acusou Rios de ter matado seu filho, Fred Brandão dos Reis, em abril de 2019, onze dias após a morte de Matheus Coutinho Xavier. No plenário, enquanto o réu respondia às perguntas da defesa, os jurados e o público foram surpreendidos pela mulher que gritou: “Você matou meu filho, você deu um tiro na boca do meu filho”.

Logo, a defesa de Marcelo Rios pediu que a situação seja registrada em ata e pediu que o júri popular, seja anulado. Contudo, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) se opôs ao pedido e o Juiz de Direito, Aluizio Pereira decidiu manter o julgamento.

Jamil Name – que morreu na Penitenciária Federal de Mossoró -, Jamil Name Filho, Marcelo Rios, Rafael Antunes, José Moreira – que morreu em troca de tiros no Rio Grande do Norte -, Juanil Miranda e Everaldo Monteiro de Assis são réus pela morte de Marcel Colombo.

‘Queriam levar meus filhos’

Eliane Benitez, ex-mulher de Rios, prestou depoimento nesta terça (17) e chorou ao relatar os dias que passou na delegacia do Garras, quando da deflagração da Operação Omertà, em 2019. “Queriam me levar, tudo bem, mas meus filhos?”, disse Eliane aos prantos no plenário do júri. 

Primeiro dia de julgamento

No plenário, prestaram depoimento, na segunda-feira (16), os delegados Tiago Macedo e João Paulo Natali Sartori, bem como o investigador de polícia, Giancarlos de Araújo e Silva, testemunhas de acusação. Das testemunhas de Jamil Name Filho arroladas pela defesa, apenas Marcelo Oliveira compareceu e respondeu às perguntas dos jurados. 

Rios teria recebido R$ 50 mil para matar ‘Playboy da Mansão’ dentro de cadeia

Macedo disse que Marcelo Rios, o ex-guarda municipal, recebeu R$ 50 mil para matar Marcel Colombo dentro da cadeia, depois da prisão de ‘Playboy da Mansão’ por descaminho. Mas como não conseguiu matar dentro da cadeia, teve de fazer o ‘serviço’ quando Marcel foi solto.

“A organização mata os pistoleiros que fazem cagada”, disse o delegado. Ainda segundo o delegado, o contador Elton Pedro, que também fazia levantamento de informações para a família Name, teria pesquisado sobre a vida de ‘Playboy da Mansão’.

Público que acompanha o julgamento na tarde desta terça-feira no Fórum de Campo Grande. (Foto: Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

‘Playboy de Mansão’

A denúncia apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) relata como foi planejado e executado o crime. Naquela ocasião, Marcel estava em uma cachaçaria, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, quando foi atingido pelos disparos.

Ainda segundo o MPMS, o crime foi executado por Juanil, com auxílio de Marcelo Rios, José Moreira e Everaldo Martins. Isso tudo a mando de Jamil Name e Jamil Name Filho. Além disso, em um erro na execução do crime, um outro homem que estava no local também foi atingido por um disparo.

Por fim, foi apurado que Rafael Antunes foi o responsável por ocultar a arma do crime, com participação indireta. Também foi relembrado na denúncia que a motivação do crime foi por um desentendimento entre Marcel e Jamil Name Filho em uma boate de Campo Grande. Naquele dia, Marcel teria agredido Name com um soco no nariz.

Marcel foi assassinado em 2018, mas a rixa entre o ‘Playboy da Mansão’ e Name começou em 2016, quando os dois se desentenderam por causa de balde de gelo. Em 2021, Jamil Name Filho negou ser o mandante da morte, mas confirmou o atrito e deu detalhes.

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