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Polícia

“Que pague o que fez”, diz irmã de Pâmela, assassinada pelo marido que forjou suicídio em MS

O crime aconteceu em Rochedo há dois anos. Homem será julgado na próxima semana em Rio Negro. Um manifesto está previsto para a data
Mirian Machado -
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Pâmela morreu após quase 1 mês internada (Foto: Arquivo Pessoal)

A família de Pâmela Oliveira da Silva, de 27 anos, assassinada após ter 90% do corpo queimado pelo marido Damião Souza Rocha, que ateou fogo na esposa, durante discussão sobre separação, espera por Justiça. O feminicida, que está em solto com tornozeleira eletrônica, será julgado na próxima semana (1) em Rio Negro, dois anos após o crime. 

A irmã da vítima, Cyntia Silva, é quem está desde então com os sobrinhos, hoje com 13 e 9 anos. Ela conversou com o Jornal Midiamax e expressou a indignação do autor por estar ‘solto’.

“Expectativa é que ele pague o que ele fez. Espero que a Justiça seja feita. Ele foi preso, mas o advogado entrou com recurso e ganhou. Agora ele está em liberdade com tornozeleira”, lamenta.

Foi para Cyntia que Pâmela disse ao hospital que o marido teria ateado fogo nela. A princípio o caso estava sendo investigado como suicídio.

Da família, dois irmãos, pai e um sobrinho da vítima estarão presentes no julgamento. 

A irmã da vítima ainda afirmou que o autor tenta conseguir a guarda dos filhos. Uma audiência está marcada para dia 14 de agosto sobre a guarda das crianças.

Julgamento e manifestação

Um manifesto de mulheres amigas da família e outras que se sensibilizaram com o caso e defendem a luta das mulheres contra a violência doméstica e outros crimes contra as mulheres está previsto para a data. 

Segundo a organizadora do manifesto Débora Bragant, cerca de dez mulheres sairão de Campo Grande, com camisetas e cartazes para dar voz à vítima que não teve opção de escolha.

Segundo Débora, “Apesar do crime da Pâmela ser tão brutal, o assassino está solto com tornozeleira. Temos medo da condenação ser mínima. Na verdade, mesmo estando preso, ele estará em liberdade, quem perdeu a vida foi ela né”, afirma.

Incêndio e morte

De acordo com a testemunha que foi ouvida, após o incêndio em 21 de julho que deixou Pamela com 90% do corpo queimado, em Rochedo, a 83 km de Campo Grande, a mulher foi imediatamente levada para uma unidade de saúde no município, enquanto o marido ficou na residência em que o casal morava tentando apagar as chamas. 

Ele foi até o local para tratar uma queimadura no braço. Ao ser questionado por que somente Pamela teria se ferido gravemente, ele disse que “ela estava tentando apagar o fogo” e que o fato foi “um acidente”. O profissional que atendeu o homem teria dito: “impossível ter sido acidente e ter acontecido tudo aquilo com Pamela e você somente queimar o braço”. 

Pamela foi transferida para a Santa Casa de Campo Grande devido à gravidade dos ferimentos e morreu em 22 de agosto, 31 dias após o incêndio. 

De acordo com a família, ela tinha denunciado antes de morrer que o marido era o autor do crime, que teria sido cometido na frente dos filhos.

Após a morte de Pâmela, familiares dela procuraram a polícia informando que no dia 21 de julho, em Rochedo, ela ficou em estado grave após a residência onde mora com o marido pegar fogo. Ao procurarem sobre o ocorrido, os policiais encontraram uma ocorrência registrada como tentativa de suicídio. Entretanto, a irmã afirmou que o suspeito seria o marido da vítima, e que ele teria tentado matá-la.

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