PF diz que áudio sobre ‘Playboy da Mansão’ era ajuda em investigação de delegado

Everaldo Monteiro chegou a ser preso durante a deflagração da Operação Omertà, mas depois ganhou liberdade

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Everaldo Monteiro. (Foto: Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

O Policial Federal Everaldo Monteiro, réu pela morte de Marcel Costa Hernandes Colombo, o ‘Playboy da Mansão’, disse durante o interrogatório que o áudio sobre a vítima era uma ajuda na investigação. Ele foi ouvido no plenário do Tribunal do Júri no fim da tarde desta terça-feira (17). Everaldo chegou a ser preso durante a deflagração da Operação Omertà, mas depois ganhou liberdade.

No áudio citado, o policial diz ‘o nome é Marcel Hernandes Colombo’. Ao ser questionado, Everaldo alegou que a mídia era sobre uma investigação no estado paranaense sobre uma garota de programa que teria problemas com um pacote de ecstasy – droga sintética – que teria sido patrocinado por Marcel Colombo. O policial disse que recebeu uma ligação de um delegado lhe questionando se participou da operação que havia prendido ‘Playboy da Mansão’.

“O áudio é porque havia muito pedido na sessão que eu trabalhava. A informação que o Delegado Galinari tinha era de uma menina de programa que tinha problema com um pacote de êxtase que teria sido patrocinado pelo ‘Playboy da Mansão’. Era uma investigação do Paraná. Ele me ligou perguntando quem era o ‘playboy’ e eu disse a ele o nome”, justificou. 

“A investigação é pífia, eu sou investigado e sei o que é investigado. Nós perdemos aqui, mas vamos ganhar no STJ”, alegou o policial se referindo a Operação Omertà.

Ainda durante o interrogatório, quando lhe perguntado se conhecia a família Name, o réu disse que conheceu a mãe de Jamil Name Filho, o ‘Jamilzinho’, em campanhas políticas e, pelo fato das pessoas se reunirem frequentemente, era comum realização de churrascos. 

Para as confraternizações, segundo o policial federal, eram convidados mais de 100 pessoas. “Nisso eu conheci o Jamil e Jamilzinho”, explica.

Durante a manhã, a defesa do policial federal usou os depoimentos das testemunhas arroladas para o júri para discorrer sobre a conduta eficaz

Quem também foi ouvido na tarde desta terça (17) foram os réus Rafael Antunes, Marcelo Rios e Jamil Name Filho. O trio nega envolvimento no crime, bem como, a existência do bilhete, escrito em um pedaço de papel higiênico, sobre um suposto plano de ataque a autoridades envolvidas no caso.

Jamil Name – que morreu na Penitenciária Federal de Mossoró -, Jamil Name Filho, Marcelo Rios, Rafael Antunes, José Moreira – que morreu em troca de tiros no Rio Grande do Norte -, Juanil Miranda e Everaldo Monteiro de Assis são réus pela morte de Marcel Colombo.

‘Você matou meu filho’: Mulher interrompe depoimento e acusa Marcelo Rios

Terezinha Brandão dos Reis interrompeu e acusou Rios de ter matado seu filho, Fred Brandão dos Reis, em abril de 2019, onze dias após a morte de Matheus Coutinho Xavier. No plenário, enquanto o réu respondia às perguntas da defesa, os jurados e o público foram surpreendidos pela mulher que gritou: “Você matou meu filho, você deu um tiro na boca do meu filho”.

Logo, a defesa de Marcelo Rios pediu que a situação seja registrada em ata e pediu que o júri popular, seja anulado. Contudo, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) se opôs ao pedido e o Juiz de Direito, Aluizio Pereira decidiu manter o julgamento.

‘Queriam levar meus filhos’

Eliane Benitez, ex-mulher de Rios, prestou depoimento nesta terça (17) e chorou ao relatar os dias que passou na delegacia do Garras, quando da deflagração da Operação Omertà, em 2019. “Queriam me levar, tudo bem, mas meus filhos?”, disse Eliane aos prantos no plenário do júri. 

Primeiro dia de julgamento

No plenário, prestaram depoimento, na segunda-feira (16), os delegados Tiago Macedo e João Paulo Natali Sartori, bem como o investigador de polícia, Giancarlos de Araújo e Silva, testemunhas de acusação. Das testemunhas de Jamil Name Filho arroladas pela defesa, apenas Marcelo Oliveira compareceu e respondeu às perguntas dos jurados. 

Rios teria recebido R$ 50 mil para matar ‘Playboy da Mansão’ dentro de cadeia

Macedo disse que Marcelo Rios, o ex-guarda municipal, recebeu R$ 50 mil para matar Marcel Colombo dentro da cadeia, depois da prisão de ‘Playboy da Mansão’ por descaminho. Mas como não conseguiu matar dentro da cadeia, teve de fazer o ‘serviço’ quando Marcel foi solto.

“A organização mata os pistoleiros que fazem cagada”, disse o delegado. Ainda segundo o delegado, o contador Elton Pedro, que também fazia levantamento de informações para a família Name, teria pesquisado sobre a vida de ‘Playboy da Mansão’.

Público que acompanha o julgamento na tarde desta terça-feira no Fórum de Campo Grande. (Foto: Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

‘Playboy de Mansão’

A denúncia apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) relata como foi planejado e executado o crime. Naquela ocasião, Marcel estava em uma cachaçaria, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, quando foi atingido pelos disparos.

Ainda segundo o MPMS, o crime foi executado por Juanil, com auxílio de Marcelo Rios, José Moreira e Everaldo Martins. Isso tudo a mando de Jamil Name e Jamil Name Filho. Além disso, em um erro na execução do crime, um outro homem que estava no local também foi atingido por um disparo.

Por fim, foi apurado que Rafael Antunes foi o responsável por ocultar a arma do crime, com participação indireta. Também foi relembrado na denúncia que a motivação do crime foi por um desentendimento entre Marcel e Jamil Name Filho em uma boate de Campo Grande. Naquele dia, Marcel teria agredido Name com um soco no nariz.

Marcel foi assassinado em 2018, mas a rixa entre o ‘Playboy da Mansão’ e Name começou em 2016, quando os dois se desentenderam por causa de balde de gelo. Em 2021, Jamil Name Filho negou ser o mandante da morte, mas confirmou o atrito e deu detalhes.

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