Mesmo com suspensão da Justiça, policiais civis mantêm greve em Dourados
Atendimentos nas delegacias limitam-se a prisões em flagrante, violência contra menores e hipóteses de concessão de medidas protetivas
Marcos Morandi –
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A paralisação dos policiais por três dias segue em várias cidades do interior de Mato Grosso do Sul, como Dourados, onde houve adesão de quase 100% da categoria. A decisão é do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul).
Segundo o presidente do Sinpol-MS, Alexandre Barbosa da Silva, a entidade ainda não foi intimada da decisão da Justiça da tutela de urgência que impede a Polícia Civil de prosseguir com a paralisação dos serviços.
“Não fomos intimados ainda, a nossa paralisação está mantida. Vamos seguir firmes e fortes no nosso movimento”, disse o presidente do Sinpol-MS.
A decisão que coloca fim na paralisação foi tomada pelo desembargador Nélio Stábile em resposta a um dissídio coletivo de greve proposto pelo Estado, que argumentou a ilegalidade do movimento grevista.
O magistrado se baseou em uma tese do STF (Supremo Tribunal Federal), que proíbe o direito de greve para servidores da segurança pública. Ele destacou que a atividade policial é essencial para a manutenção da ordem e segurança, e que “[…] a população não deveria ser prejudicada pela suspensão de serviços”.
Os atendimentos nas delegacias estão sendo entre 8h e 20h, limitando-se a situações envolvendo prisões em flagrante, violência contra menores e hipóteses de concessão de medidas protetivas, que são casos de violência doméstica.
O movimento da categoria, que começou no final de agosto, tem o objetivo de reivindicar a valorização salarial da categoria e o reconhecimento da importância do trabalho dos policiais civis. Na maior cidade do interior, a paralisação acontece em todas as delegacias.
“O que mais deixa a gente indignado é que não existem avanços nas negociações por parte do Governo Estado, que vem tratando todos com descaso. É inadmissível o tratamento que estamos recebendo do governador Eduardo Riedel”, disse o investigador Osni Paulino Pastor em entrevista coletiva.
“Nós aqui em Dourados temos um índice de resolução de crimes de mais de 93%. Esse descaso em relação ao trabalho é desestimulante. Nós não queremos prejudicar a sociedade, mas se for necessário, iremos cruzar os braços por tempo indeterminado”, disse um policial civil ouvido pela reportagem do Jornal Midiamax.
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