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Polícia

Juiz nega censura prévia pedida por fotógrafo indiciado por assédio sexual em Campo Grande

Fotógrafo teria forçado jovem a tirar a blusa e passado as mãos debaixo da saia dela
Evelin Cáceres -
Imagem ilustrativa (Madu Livramento, Jornal Midiamax)

A Justiça de negou nesta quarta-feira (4) pedido do fotógrafo indiciado por assédio sexual de publicação de novas matérias, sob justificativa de prévia, ao impedir reportagens que ainda nem foram publicadas de serem veiculadas.

Dois dias após publicação no Jornal Midiamax sobre grave relato de assédio feito por uma estudante, por parte de um fotógrafo de Campo Grande, a reportagem inicial foi censurada. A decisão judicial tinha previsão de multa de R$ 1 mil por dia caso a matéria seguisse no ar e foi tomada com base na alegação do do empresário de que ele poderia ser identificado.

Jornal Midiamax não citou na reportagem inicial o nome do fotógrafo, que foi alvo de denúncia por uma vítima no dia 28 de outubro na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Também não informou o bairro onde fica o estúdio do empresário.

Diferente de outros meios de comunicação de Campo Grande, o Jornal Midiamax segue o protocolo jornalístico de preservar tais informações, para, principalmente, preservar a vítima. Além disso, o amplo direito de manifestação e defesa sempre é oferecido a todos os implicados, como foi feito com o fotógrafo.

Ainda assim, o advogado Gustavo Passarelli relatou naquela petição que o caso do suposto atentado ao estúdio do fotógrafo, no dia 29 de outubro, um dia após o registro de boletim de ocorrência na Deam, poderia identificar o empresário.

A apuração sobre as circunstâncias do suposto atentado usado pela defesa como pretexto para justificar a remoção da notícia ainda não encerraram.

O advogado citou que o inquérito policial sobre o suposto atentado não estava em segredo de justiça e que “qualquer pessoa que venha a consultar os autos” poderá identificar o fotógrafo. Vale lembrar que o acesso a inquéritos policiais e boletins de ocorrência não são abertos ao público.

Ainda mais, ao invés de solicitar que tal inquérito fosse colocado em sigilo, o advogado pediu pela exclusão da reportagem do Jornal Midiamax, que trata de uma denúncia grave de assédio sexual.

Também alega o advogado que o fotógrafo é “atualmente um dos fotógrafos mais conhecidos da cidade, do Estado”. Com tais alegações, convenceu o magistrado a determinar a retirada da publicação do ar naquela ocasião.

Determinação censura matéria

A petição foi feita pelo escritório do advogado Gustavo Passarelli no fim da tarde de quarta-feira (27), um dia após a publicação da matéria, feita com relato da vítima. Um dia depois, na quinta-feira (28), decisão da 15ª Vara Cível de Campo Grande concedeu liminarmente a tutela de urgência.

Tal decisão determina a exclusão da reportagem do site, bem como nas redes sociais, como Facebook e Instagram. Ainda conforme o magistrado, fica fixada a multa de R$ 1 mil. Com isso, a reportagem citada na ordem judicial foi imediatamente removida do ar pelo Midiamax.

Vítimas denunciam casos de assédio

“Eu fiquei paralisada”, disse uma empresária de 33 anos que também foi vítima de um famoso fotógrafo de Campo Grande, acusado de assédio sexual. O ano era 2011 quando a empresária e um grupo de amigas que se formavam compraram um pacote de fotos profissionais para usarem após a formatura. Na época, as jovens tinham 20 anos.

A empresária disse ao Midiamax que, quando chegou a vez dela fazer as fotos no estúdio, o fotógrafo pediu para que tirasse a blusa para um ensaio mais sensual, o que ela achou estranho, já que as fotos eram profissionais. Então, ela não tirou a blusa.

Ainda assim o fotógrafo insistiu e falou para a empresária levantar um pouco a saia para “ficar mais sexy”, nisto ele foi até ela e levantou a saia passando as mãos em suas partes íntimas. “Neste momento fiquei paralisada, perplexa, sem saber o que fazer”, disse.

“Criei muitas coisas na minha cabeça. Cheguei a achar que estava imaginando coisas”, disse a empresária que já soube por amigas que outras mulheres passaram pelo mesmo que ela.

Na época, a empresária disse que não registrou boletim de ocorrência, mas sabe que é necessário denunciar. “Não podemos nos calar”, disse a empresária que afirmou que o fotógrafo é influente e faz ensaios e fotos de famílias da alta sociedade de Campo Grande.

Violência doméstica

Além da denúncia de abuso sexual, o fotógrafo já responde por ameaça e injúria, no âmbito da , contra a ex-companheira em 2019.

Na ocasião, a mulher procurou a Deam para denunciar que o fotógrafo estaria lhe ameaçando e agredindo verbalmente, pois a chamava de “louca, p*ta e demente”.

À polícia, a vítima relatou que conviveu com o fotógrafo durante nove anos e estavam separados há 100 dias. Como o casal sempre teve um relacionamento complicado, segundo o boletim de ocorrência, ela contou que não procurou a delegacia antes por medo e dependência. 

Na delegacia, a ex-companheira do acusado relatou que ele sempre a controlou demais e eram comuns agressões verbais. Além disso, o registro policial diz que o fotógrafo ameaçava agredir a mulher fisicamente quando ela discordava dele.

Apesar da denúncia, ela optou, na época, por não representar criminalmente contra o ex-companheiro e nem solicitar medidas protetivas.

*Matéria editada às 18h48

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