‘Eles não podem sair daqui pela porta da frente’, diz promotora sobre acusados de matar Playboy da Mansão

Defesa quer desqualificar a acusação com o argumento de que o crime não possui ligação com a Omertà

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Promotora de Justiça, Luciana do Amaral Rabelo (Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

“Eles não podem sair daqui pela porta da frente”, disse a promotora de Justiça, Luciana do Amaral Rabelo, em julgamento do assassinato de Marcel Costa Hernandes Colombo, o ‘Playboy da Mansão’, no Tribunal do Júri em Campo Grande, nesta quarta-feira (18).

Tanto a defesa de Marcelo Rios quanto a de Jamilzinho afirmam que não são responsáveis pela execução de ‘Playboy da Mansão’ e tentam desqualificar a acusação com o argumento de que o crime não possui ligação com a Operação Omertà.

“As pesquisas indicam que desde 2016 esse grupo começou a investigar a vida de Marcel. E na hora em que ele estava bebendo, durante um gesto similar à de tirar uma foto do drink que ia beber, foi fuzilado. Marcelo Rios participou da morte da vítima na medida em que era responsável. Que sejam condenados os condenados e que seja cumprido o imediato cumprimento da pena, porque esse tribunal é soberano e eles não podem sair daqui pela porta da frente”, argumentou a promotora.

A defesa de Marcelo Rios, feita pelo advogado Márcio de Campos Widal Filho, alega inocência de seu cliente em relação ao assassinato de Marcel Costa Hernandes Colombo, o ‘Playboy da Mansão’ e argumenta, durante Tribunal do Júri desta quarta-feira (18), que o caso não tem relação com a Operação Omertà.

“Como não? Se vários desdobramentos da Omertà, como os pen drives impactam diretamente nesse caso? O pen drive aponta ligação íntima de Marcelo rios com a ex-esposa, e inclusive de Everaldo que quer tirar o corpo fora agora. Arquivos dele em pen drives do Marcelo Rios. E não tem nada a ver com a Omertà?”, respondeu e indagou o promotor de Justiça, Moisés Casarotto.

“Hoje não se julga aqui crime de casa de armas, de organização criminosa ou qualquer outro processo. Hoje se julga o assassinato de Marcel Colombo. Por isso, eu clamo para tirarem de seus lados o que ouviram durante quatro ou cinco anos dessa operação. E chegarão a conclusão de que este processo, esta acusação não tem um elemento que traga Jamil Name Filho a morte de Marcel Colombo”, alegou o advogado de defesa de Jamilzinho, Pedro Paulo.

Funcionária de telefonia recebeu R$ 2 mil de policial federal para dar informações aos Name

O policial federal Everaldo Monteiro, um dos réus pela morte de Marcel, é acusado de pagar R$ 2 mil para a funcionária de uma empresa de telefonia passar informações à família Name.

O promotor Gerson Eduardo de Araújo fez a declaração durante o julgamento. Conforme ele disse, Everaldo protegia informações sem backup e mandava para o próprio e-mail.

“Está comprovado que o Everaldo usava pesquisas de interesse de Name Filho e também de colegas. Teve a pagar R$ 2 mil para funcionária de empresa de telefonia para pegar informações que só podia passar para juiz”, disse Gerson.

Mais cedo, o promotor Douglas Oldegardo afirmou no plenário que mandante não passa recibo. “Não tem áudio, bilhete, mensagem em que Jamil fala para matar o Marcel. Não existe”.

Playboy da Mansão

A denúncia apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) relata como foi planejado e executado o crime. Naquela ocasião, Marcel estava em uma cachaçaria, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, quando foi atingido pelos disparos.

Ainda segundo o MPMS, o crime foi executado por Juanil, com auxílio de Marcelo Rios, José Moreira e Everaldo Martins. Isso tudo a mando de Jamil Name e Jamil Name Filho. Além disso, em um erro na execução do crime, um outro homem que estava no local também foi atingido por um disparo.

Por fim, foi apurado que Rafael Antunes foi o responsável por ocultar a arma do crime, com participação indireta. Também foi relembrado na denúncia que a motivação do crime foi um desentendimento entre Marcel e Jamil Name Filho em uma boate de Campo Grande. Naquele dia, Marcel teria agredido Name com um soco no nariz.

Marcel foi assassinado em 2018, mas a rixa entre o ‘Playboy da Mansão’ e Name começou em 2016, quando os dois se desentenderam por causa de balde de gelo. Em 2021, Jamil Name Filho negou ser o mandante da morte, mas confirmou o atrito e deu detalhes.

Advogado Márcio de Campos Widal Filho e o réu Marcelo Rios (Foto: Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

Promotor Moisés Casarotto(Foto: Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

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