Defesa de Name alega que Marcel Colombo era violento: ‘Não levava desaforo’
No 3º e último dia de júri, defesa de Jamil Name Filho busca a absolvição do cliente, réu por matar Marcel Costa Hernandes Colombo
Lucas Caxito, Lívia Bezerra –
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A defesa do réu Jamil Name Filho alegou que Marcel Costa Hernandes Colombo, o ‘Playboy da Mansão’, era violento. O debate ocorre durante o julgamento sobre a morte de Marcel – ocorrida em outubro de 2018 – na tarde desta quarta-feira (18) no Fórum de Campo Grande.
No terceiro e último dia de júri popular, as defesas dos réus buscam a absolvição de seus clientes. Nesta tarde, os advogados Pedro Paulo Sperb e Nefi Cordeiro alegaram que a vítima agredia violentamente as pessoas. Eles ainda questionaram o motivo da investigação.
“Nós tivemos uma pessoa que cobrava violentamente pessoas, que agredia pessoas, que possui acusação por tráfico de drogas, e ninguém foi atrás de outros desafetos? Preferiram acreditar que o motivo foi de uma briga acontecida quatro, cinco anos antes?”, falou Nefi, se referindo a briga entre Jamilzinho e Marcel ocorrida em uma boate anos antes do crime.
Enquanto isso, o advogado Pedro Paulo também afirmou que a vítima “não levava desaforo para casa”. “Marcel Colombo, por seus amigos dito que não levava desaforo para casa, e nenhuma oitiva, nada foi trazido por esses amigos pela investigação. Nada foi feito para buscar outras linhas de investigação”, defendeu.
“E não estamos aqui para falar mal de Marcel Colombo, estamos aqui para falar aos senhores (jurados) o que não foi feito pela investigação”, acrescentou a defesa.
Omertà
Outro argumento levantado pela defesa de Jamilzinho foi para que o Conselho de Sentença ignore o que ouviram durante a deflagração da Operação Omertà.
“Hoje não se julga aqui crime de casa de armas, de organização criminosa ou qualquer outro processo. Hoje se julga o assassinato de Marcel Colombo. Por isso, eu clamo para tirarem de seus lados o que ouviram durante quatro ou cinco anos dessa operação. E chegarão a conclusão de que este processo, esta acusação não tem um elemento que traga Jamil Name Filho a morte de Marcel Colombo”, alegou Pedro Paulo.
O advogado ainda mencionou um desentendimento ocorrido entre Marcel e um detento – quando preso por crime de descaminho – e questionou a inexistência de ofício sobre quem seria o detento citado.
Por fim, ele interrogou novamente a motivação da morte de Marcel Colombo naquele 18 de outubro de 2018. “Motivação, qual foi a motivação? Uma briga que nem data se tem conhecimento? Qual é a data? Não teve aperto de mão? Mas foi mostrado que houve o diálogo ‘segue sua vida, ponto final’”, finalizou o advogado.
Na ocasião, ele fez referência ao desentendimento entre a vítima e o réu na boate, que motivou um pedido de desculpas em um bar na Avenida Afonso Pena tempos depois.
Durante o interrogatório por videoconferência na terça (17), Jamilzinho negou que mandou matar o ‘Playboy da Mansão’.
Jamil Name – que morreu na Penitenciária Federal de Mossoró -, Jamil Name Filho, Marcelo Rios, Rafael Antunes, José Moreira – que morreu em troca de tiros no Rio Grande do Norte -, Juanil Miranda e Everaldo Monteiro de Assis são réus pelo crime.
Funcionária de telefonia recebeu R$ 2 mil de policial federal para dar informações aos Name
O policial federal Everaldo Monteiro, um dos réus pela morte de Marcel, é acusado de pagar R$ 2 mil para a funcionária de uma empresa de telefonia passar informações à família Name.
O promotor Gerson Eduardo de Araújo fez a declaração durante o julgamento. Conforme ele disse, Everaldo protegia informações sem backup e mandava para o próprio e-mail.
“Está comprovado que o Everaldo usava pesquisas de interesse de Name Filho e também de colegas. Teve a pagar R$ 2 mil para funcionária de empresa de telefonia para pegar informações que só podia passar para juiz”, disse Gerson.
Mais cedo, o promotor Douglas Oldegardo afirmou no plenário que mandante não passa recibo. “Não tem áudio, bilhete, mensagem em que Jamil fala para matar o Marcel. Não existe”.
Playboy da Mansão
A denúncia apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) relata como foi planejado e executado o crime. Naquela ocasião, Marcel estava em uma cachaçaria, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, quando foi atingido pelos disparos.
Ainda segundo o MPMS, o crime foi executado por Juanil, com auxílio de Marcelo Rios, José Moreira e Everaldo Martins. Isso tudo a mando de Jamil Name e Jamil Name Filho. Além disso, em um erro na execução do crime, um outro homem que estava no local também foi atingido por um disparo.
Por fim, foi apurado que Rafael Antunes foi o responsável por ocultar a arma do crime, com participação indireta. Também foi relembrado na denúncia que a motivação do crime foi um desentendimento entre Marcel e Jamil Name Filho em uma boate de Campo Grande. Naquele dia, Marcel teria agredido Name com um soco no nariz.
Marcel foi assassinado em 2018, mas a rixa entre o ‘Playboy da Mansão’ e Name começou em 2016, quando os dois se desentenderam por causa de balde de gelo. Em 2021, Jamil Name Filho negou ser o mandante da morte, mas confirmou o atrito e deu detalhes.
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