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Polícia

Após 1 ano da morte de costureira incendiada pelo ex, júri popular ainda não tem data definida

Gilmar Alves responde por feminicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel e promotoria também pede aumento de pena por descumprimento de medida protetiva
Victória Bissaco -
Gilmar foi levado ao PED - (Foto: Arquivo, Midiamax)

Era uma madrugada gelada em Dourados, município distante 225 quilômetros de Campo Grande, no dia 30 de julho de 2023. A costureira Valéria Carrilho da Silva, de 35 anos, estava em casa, temerosa com mais uma noite de ameaças e violências do ex-marido Gilmar Alves Cotrin Junior, de 42 anos. Foi justamente nesse dia que o homem matou Valéria após atear fogo nela e na casa dela.

No mesmo dia, a equipe policial o prendeu em flagrante e a Justiça continua a manter o autor atrás das grades. Agora, o crime está prestes a marcar as 365 folhas de calendário que o sucedem e, mesmo assim, a Justiça ainda não marcou o júri popular de Gilmar.

Em relação ao andamento do processo, o Jornal Midiamax apurou que a última movimentação foi a apresentação das alegações finais por parte do Ministério Público. Nesse contexto, a acusação de Gilmar solicitou que ele responda pelo crime de feminicídio qualificado pelo motivo fútil e pelo meio cruel no âmbito de violência doméstica. Além disso, pede aumento de pena por ter ocorrido no descumprimento de medida protetiva.

Por outro lado, a Defensoria Pública – responsável pela defesa de Gilmar – também deve apresentar suas alegações finais. Contudo, como ainda não apresentou, não há como saber qual tese vão utilizar.

Portanto, é somente após essa apresentação da Defensoria que o processo volta ao juiz responsável pelo caso. A partir daí, o magistrado decidirá se o réu será ou não pronunciado. Isto é, se Gilmar vai ou não passar pelo júri popular, que julga crimes contra a vida, tentados ou consumados.

“Ela vai morrer”

Equipe de policiais da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Dourados encontrou Gilmar escondido em uma construção no centro da cidade. Mesmo após o crime violento, o autor ainda proferiu ameaças à vítima. “Ela vai morrer”, teria dito o suspeito.

Horas antes de ser preso, Gilmar foi até a casa de Valéria e incendiou tanto o imóvel, quanto a vítima e pertences dela. Os vizinhos da vítima acionaram a Polícia Militar e o socorro. Também relataram que o ex-marido seria o autor, mas ele acabara de fugir do local.

Motocicleta da vítima queimada – (Foto: Arquivo, Reprodução, Osvaldo Duarte)

A equipe de socorro conseguiu levar a vítima ainda com sinais vitais e gritando de dor para o Hospital da Vida. Contudo, estava com queimaduras no pescoço, mãos, tórax, orelhas, rosto, olhos, boca, cabelo, testa e até na barriga.

O incêndio também resultou na destruição da motocicleta, roupas, sapatos e duas máquinas de costura industrial da vítima.

O autor está preso na PED (Penitenciária de Dourados) e aguarda ser pronunciado para júri popular.

Descumprimento de medida protetiva

Em depoimento à Polícia, o autor confessou o crime. A motivação, segundo relato dele, foi pela falta de contato da ex-esposa. O acusado disse que passou o sábado (29) tentando falar com a ex-mulher para buscar os dois filhos que tiveram durante o relacionamento. 

A vítima, contudo, teria o ignorado. Então, ele foi até a casa entre a noite de sábado e o início da madrugada de domingo (30), no bairro Residencial Esplanada, Rua Garrincha, para conversar. Assim que chegou ao local, eles tiveram uma discussão.

Suspeito foi detido em flagrante (Dourados News)

Ainda de acordo com a versão repassada à polícia, o acusado disse que pegou uma mangueira, retirou gasolina do tanque da moto, jogou na vítima e em seguida ateou fogo utilizando um isqueiro. 

Gilmar era autor de um histórico de perseguição e violência contra a costureira. Em 2022, por exemplo, a vítima já havia o denunciado.

É importante ressaltar que Valéria possuía medida protetiva contra o ex-companheiro desde fevereiro de 2023 e, por ter descumprido, o Ministério Público também pede que júri popular analise o descumprimento como um agravante de pena.

A Medida Protetiva de Urgência é um meio de defesa das vítimas de violência doméstica e contra a mulher e independe do registro do Boletim de Ocorrência. Ela pode ser feita tanto na delegacia, quanto na Defensoria Pública, ou no Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul.

As vítimas que moram em Campo Grande, Anhanduí, , Dourados, , Laguna Carapã, Serviria e Três Lagoas, também podem solicitar Medida Protetiva pelo site do Tribunal de Justiça, neste link: https://sistemas.tjms.jus.br/medidaProtetiva/.

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