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Polícia

‘Não sabemos nem se está morto’, diz defesa de suspeitos sobre foto com jovem amarrado no Caiobá

Segundo advogado de suspeitos do 'assassinato sem corpo', vítima foi levada por traficantes ao local
Thatiana Melo - Publicado em
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Foto de Matheus com mãos e pés amarrados foi encontrada no celular dos suspeitos, que negaram o crime. (Reprodução processo)

A defesa de pai e filho, presos acusados da morte de Matheus Henrique Ponce Fagundes, que desapareceu em 2022, no Bairro Caiobá, depois de ser visto pela última vez na boca de fumo do ‘Pequeno Zaroio’, disse que ainda não se sabe realmente se o jovem estaria morto. Nessa quinta-feira (3), os dois tiveram a prisão preventiva decretada.

Segundo o advogado Amilton Ferreira de Almeida, o jovem que aparece na foto encontrada no celular de pai e filho teria sido levado até a casa por supostos traficantes e que o registro foi feito na época para provar que o jovem estava vivo, e que não estava machucado. “Nem sabemos se está morto”, disse Amilton.

Ainda segundo Amilton, até o momento, não foi feito nenhum reconhecimento de que o jovem da foto seria Matheus. Já sobre os supostos traficantes, o advogado disse que o cliente teria ido até a boca de fumo no bairro para cobrar um macaco e uma bateria furtadas de sua oficina. 

O advogado ainda relatou que o rapaz foi levado amarrado até a casa dele por três pessoas em um Monza, de cor escura e que as mesmas pessoas levaram de volta o rapaz. Ainda segundo Amilton, o cliente comprou uma arma para se defender dos supostos traficantes, após receber ameaças depois de cobrar as peças furtadas de sua oficina. 

Advogado Amilton Ferreira

Pai e filho presos por porte de arma

A dupla já havia sido presa em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso permitido, mas foi liberada mediante pagamento de fiança na audiência de custódia. Depois foram presos temporariamente.

Apesar de as investigações não terem encontrado o corpo do rapaz, fotos no celular do suspeito da vítima amarrada indicam que o jovem teria sido morto após furtar bateria de caminhão. Depois, o corpo teria sido jogado em córrego no bairro Caiobá. Já na quinta, foi cumprido o mandado expedido pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Crime sem corpo

Matheus desapareceu no dia 15 de abril do ano passado e foi visto por moradores da região na boca de fumo. Segundo consta, muitos moradores já estariam incomodados com a presença do rapaz, que teria passado a furtar casas para trocar os objetos por drogas. Até de uma amiga, com quem estava morando, já teria furtado um botijão de gás. 

Por isso, ela acabou o colocando para fora, sendo visto pela última vez pela amiga no dia 11 de abril. Já no dia 15 de abril, ficou sabendo que o dono de uma oficina no bairro estava atrás de Matheus em uma camionete Ford F1000, de cor vermelha e, depois disso, nunca mais viu o rapaz que, segundo moradores, estaria morto.

O dono da oficina estava à caça de Matheus após ele ser apontado por furtar uma bateria de um de seus caminhões. A polícia passou a realizar ‘campana’ para fazer a prisão do suspeito que teria cometido o assassinato por retaliação ao suposto furto da bateria. 

Uma foto no celular de um dos filhos do suspeito foi encontrada pelos policiais. Na foto estava Matheus amarrado pelos pés e mãos no chão. Acredita-se que sofreu tortura antes de ser assassinado e ter seu corpo jogado no córrego que fica atrás do bairro.

Tênis encontrado em trilha

Durante as investigações e tentativas de encontrar Matheus, a polícia acabou localizando, em uma trilha na Rua da Lógica, um tênis de número 39, que o pai do rapaz reconheceu como de seu filho. 

Agora a polícia tenta encontrar o corpo de Matheus. Os dois presos acusados do crime negaram o homicídio, na delegacia, após as prisões. 

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