Ex de Graziele pede impronúncia e alega que não há provas suficientes que comprovem feminicídio

Crime aconteceu há 3 anos em Campo Grande. Homem matou a ex com golpe de mata-leão após ter relações sexuais com ela

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Lucas no dia em que foi preso, 11 dias após o crime (Arquivo, Midiamax)

Lucas Pergentino Câmara, 29 anos, acusado de matar a ex mulher Maria Graziele Elias de Souza, 21 anos, com golpe de mata-leão em abril de 2020, pediu impronúncia pela prática de homicídio qualificado e até o momento não foi julgado pelo feminicídio. O crime aconteceu na casa do acusado, no Parque do Lageado, em Campo Grande. O corpo foi encontrado 5 dias depois, só com roupa íntima e camiseta, próximo da BR-262, aos fundos do residencial Bela Laguna, região próxima ao Coophavilla II.

Maria Graziele Elias de Souza, de 21 anos (Arquivo pessoal)

Conforme o pedido da defesa, ele alega que não há indícios suficientes de autoria do crime, e pediu ainda a exclusão das qualificadoras e absolvição do crime de ocultação de cadáver.

A Câmara Criminal negou o provimento ao recurso dele, afirmando que há sim indícios, incluindo depoimentos nos autos.

A última movimentação no processo é de julho de 2022, quando o caso foi designado para o 2º Grau.

Impronúncia

É a decisão que rejeita a acusação de alguém para que vá a julgamento popular, ou porque o juiz não se convenceu da existência do crime ou mesmo porque não há indícios suficientes de que a pessoa cometeu, é autora do crime ou teve participação nele.

Denúncia

Conforme a denúncia apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Lucas e Maria Graziele conviveram maritalmente por aproximadamente 8 anos. No entanto, em abril daquele ano estavam separados, embora Lucas tentasse incessantemente reatar. Além disso, há indícios que ele era muito ciumento e possessivo e monitorava todas as redes sociais da vítima.

Assim, depois de passarem a noite juntos, por volta das 14 horas do dia 14 de abril de 2020, Lucas buscou a vítima no serviço. Em seguida, foram para a casa dele, no Parque do Lageado, para comemorar o aniversário do réu. Com isso, os dois ficaram na residência e chegaram a ter relações sexuais.

Ainda a denúncia cita que Lucas confessou o crime com riqueza de detalhes. Depois, ficaram deitados na cama conversando, momento em que Lucas começou a fazer carinho perto do pescoço de Graziele. Foi então que ela confessou que tinha medo que ele a matasse. Neste momento, Lucas disse: “Então eu vou te matar”. Em seguida, ele deu um mata-leão na vítima, a colocou de bruços e asfixiou com o rosto no travesseiro.

Mesmo após a morte, Lucas foi até a casa da ex-sogra e fingiu que tinha combinado de encontrar a vítima ali. Só por volta das 22h30, ele voltou para casa, colocou o corpo de Graziele no carro e foi até a BR-262, onde deixou a vítima nas margens da estrada.

O crime foi descoberto após o corpo da vítima ser localizado por testemunhas. Mesmo assim, Lucas ficou foragido e chegou até mesmo a ir ao velório de Maria Graziele. Ele acabou preso no dia 25 de abril por equipes da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios).

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