Esposa de membro do PCC morto pela polícia postou foto da cadeia e levaria cocaína para Europa

Ela postava ‘homenagens’ lamentando morte de outros membros da facção e versículo bíblico com foto de ‘Marcola’

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Mulher aparece em foto junto a 'colega' de cela. (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

A mulher de 29 anos, presa por tráfico de drogas após confronto com policiais civis da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) nessa segunda-feira (8) já respondeu por tráfico internacional de cocaína, quando tentava transportar o entorpecente para Portugal, além de ter postado foto dentro da cela, quando presa, e “homenagens” a membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) mortos em confronto com a polícia, assim como seu marido, Anderson da Silva Chagas.

Conforme documento obtido pelo Jornal Midiamax, a mulher foi denunciada por tráfico internacional de drogas em junho de 2016, quando tentava embarcar com cocaína para a Europa, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Na ocasião, segundo o MPF (Ministério Público Federal), ela foi presa com 1.986 gramas de cocaína. O processo é da 1ª Vara Federal de Guarulhos e, segundo informações, ela foi condenada pelo crime.

A mulher ainda aparece marcada em uma foto dentro de uma cela no presídio, em fevereiro de 2021. A legenda da publicação a colega de cela escreveu “Se Deus é por nós, quem será contra??? É longa mas não é perpétua”.

Ela fez postagens lamentando a morte de outros membros da facção. (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

‘Homenagens’ a membros do PCC mortos

Nas redes sociais, a esposa de Anderson da Silva Chagas exibe postagens em homenagem a membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) mortos também em confronto com a polícia, assim como seu marido. Em uma postagem do dia 1º de abril, ela postou um versículo bíblico com uma foto de ‘Marcola’, apontado como principal líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no Brasil.

Outra postagem dela se refere à morte de Edilson Pereira da Silva, conhecido como ‘Gibi’, morto em confronto com a PM no último dia 1º de maio na Vila Jacy. Na ocasião, os policiais receberam uma denúncia de que alguém teria efetuado disparos para o alto durante a madrugada e ‘Gibi’ teria disparado contra os militares, que revidaram.

Ele tentou se esconder, mesmo baleado, no interior de uma casa onde estava uma mulher que seria sua companheira. Apesar de ter sido socorrido para uma unidade de saúde, ele não resistiu. No imóvel foram encontradas porções de maconha.

“A vida é um sopro e nunca estamos preparados para morte. Perder alguém assim é tão triste, porque é fácil apontar, julgar, ‘cassoar’, só que as pessoas esquecem que existe uma família e amigos que sentem com profunda tristeza. Que dor no coração te ver partir assim. #EternoGibi”, diz a publicação da mulher.

A mulher ainda fez uma postagem em que lamenta também a morte de Rafael Bruno Epifanio Alves, vulgo ‘Oitavo Anjo do PCC’, executado no dia 9 de abril no Jardim Campo Nobre, com cerca de 10 tiros. Ele estava em um pet shop, localizado na Rua dos Topógrafos, quando o autor chegou em uma motocicleta e efetuou os disparos.

Com os tiros, o rosto de Rafael chegou a ser desfigurado e a perícia encontrou 18 cápsulas de pistola 9 mm no local. Ele tinha passagens por furto, posse ilegal de arma de fogo, homicídio na forma tentada e havia deixado o presídio em livramento condicional em novembro de 2020.

“Bruno Rafael, eu jamais te esquecerei. Que Deus te receba de braços abertos e conforta o coração de todos da sua família, como você era especial. Nem Jesus Cristo agradou todo mundo, aliás Deus deu o filho dele para morrer por pessoas ingratas e pecadoras”, afirma na publicação.

Em outra publicação, ela lamenta a morte de Thiago Felipe Peralta Alecrim, ocorrida no dia 2 de março deste ano na Vila Albuquerque, também em confronto com a PM. Segundo informações policiais, ele seria autor de pelo menos sete homicídios na Capital. O confronto ocorreu após a descoberta de um plano de atentado contra agentes de segurança para vingar a morte de um suposto comparsa de Thiago.

“Oh meu Deus, por que isso Senhora? Não aguento mais, tantos tendo sua vida levada assim dessa forma brutal e cruel por aqueles que dizem ser a segurança do estado, e por ter cargo se acha no direito de matar, forjar e esculachar”, diz a mulher na publicação.

Companheiro morto em confronto

Conforme informado pela Polícia Civil, Anderson possuía dois apartamento, sendo que um deles morava com uma mulher e o outro usava como ‘mocó’ – lugar usado por traficantes para esconder drogas. Os policiais encontraram tabletes de drogas e apetrechos para sua preparação.

Também foram localizadas duas armas, uma pistola e um revólver. Os policiais foram até a Rua Pitangueira, nas primeiras horas da manhã, para cumprir o mandado de prisão contra Anderson, que era procurado por homicídio, no Acre. Mas, quando os policiais chegaram, ele resistiu, o que acabou em confronto com os agentes.

O Jornal Midiamax entrou em contato com o advogado da mulher, que informou que a defesa não irá se pronunciar nem sobre a prisão e nem sobre as postagens feitas por ela, e pelo processo que respondeu por tráfico internacional. A audiência de custódia está prevista para ocorrer nesta quarta-feira (10).