Delegado fala de coação e programa de proteção a testemunha em júri de Name sobre morte de Matheus

Delegado estava à frente das investigações do assassinato de Matheus Coutinho

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Delegado do Garras, João Paulo Sartori (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Como primeira testemunha a ser ouvida nesta terça-feira (18), durante o julgamento de Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios, o delegado João Paulo Sartori falou sobre o programa de proteção oferecido a Eliane Benitez Batalha, peça-chave na Omertà, que na época afirmou que estava sendo coagida.

Segundo Sartori, “ela disse que Marcelo estava em situação ruim com o grupo criminoso e ficou responsável por contratar os mesmos pistoleiros para Paulo”. O delegado ainda disse que o depoimento dela foi a descoberta para outros homicídios, entre eles Marcel Colombo, conhecido como ‘Playboy da Mansão’.

“Juanil monitorava as redes de Marcelo e fez um check-in na cachaçaria da Fernando Correia. Após procurar o endereço do local, Juanil já procurou na Internet como excluía as contas das próprias redes”, disse o delegado.

O assassinato de ‘Playboy da Mansão’ foi executado por Juanil, com auxílio de Marcelo Rios, José Moreira e Everaldo Martins. Isso tudo a mando de Jamil Name e Jamil Name Filho. Além disso, em um erro na execução do crime, um outro homem que estava no local também foi atingido por um disparo.

Ainda segundo Sartori, “havia agentes públicos impregnados. Dentro das próprias unidades as investigações eram confinadas”. Segundo o relato do delegado, as investigações apontaram que o grupo está envolvido em crimes de homicídio, jogos do bicho, porte ilegal e extorsão, e inclusive com participação de agentes públicos.

Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Segundo dia de júri

Neste segundo dia do júri considerado da ‘década’, vão sentar no banco para depor Eliane Benitez Batalha, a peça-chave da operação desencadeada após o assassinato de Matheus, em 2019, filho do ex-militar Paulo Xavier, conhecido como ‘PX’. 

Na época em que Marcelo Rios foi preso com a descoberta da casa das armas, Eliane prestou depoimento no Garras, onde chegou a ficar com os filhos. Ela relatou que o marido na época trabalhava para a família Name, e que estava preocupado com o assassinato por engano de Matheus, já que o alvo era o ‘PX’.

Eliane ainda detalhou que pegou conversas do marido que tinha como missão entregar dinheiro a um delegado para atrasar as investigações de Ilson Figueiredo, morto na Avenida Guaicurus, com vários tiros de fuzil. O delegado Márcio Shiro Obara era quem estava à frente do caso, já que na época era titular da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), que depois passou a ter como titular o delegado Carlos Delano, que participou da Força-Tarefa da Omertà. 

Ainda irão prestar depoimento na manhã desta terça-feira (18), Orlando de Oliveira Araújo, conhecido como Orlando Curicica, ex-PM e chefe da milícia no Rio de Janeiro. Ele foi condenado mês passado a 25 anos de prisão pela morte de Carlos Alexandre, conhecido como ‘O Cabeça’, líder comunitário da região de Jacarepaguá. 

Para Jamil Name Filho, irão prestar depoimento um advogado, um psiquiatra e Eliane Benitez Batalha. Para Marcelo Rios serão Eliane Batalha e Orlando de Oliveira de Araújo e para Valdenilson Olmedo, duas testemunhas, entre elas um policial civil. 

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