Câmeras de segurança passam por perícia em caso de PF que matou rapaz na saída de buffet

Policial federal disse em depoimento que “entendeu que era um roubo”

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Local onde suspeito foi morto. (Foto: Fala Povo / Midiamax)

As imagens de câmeras de segurança apreendidas pela polícia no caso do policial federal que matou a tiros Lucas Teodoro de Arruda, de 19 anos, em Campo Grande, no dia 18 deste mês, na Rua Maracaju, em frente a um buffet infantil, passam por perícia, segundo o delegado Guilherme Sarian, da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos), para onde o caso foi encaminhado.

O caso foi registrado como roubo de veículo, na forma tentada e homicídio. Segundo Sarian, as imagens mostram Lucas correndo e ferido. Também passará por perícia a arma do policial usada no dia dos fatos.

“Entendeu que se tratava de um roubo”, foi o que relatou à Polícia Civil o policial federal que atirou e matou Lucas Teodoro de Arruda, de 19 anos.

Achou que era roubo

O Jornal Midiamax teve acesso ao boletim de ocorrência sobre o caso e nele consta que o policial federal estava junto da esposa e dos dois quando foram até o buffet infantil para buscar as duas filhas, por volta das 22 horas do sábado. O casal estava em um Toyota SW4.

Quando a esposa do policial federal voltava para o carro com as filhas, Lucas, que estava com uma camiseta branca enrolada no rosto, tentou abordar a mulher e as crianças, segundo relato do policial que ainda disse que Lucas estaria em atitude agressiva.

A mulher conseguiu colocar as duas filhas dentro do carro. Neste momento, Lucas teria dado a volta no veículo e aberto bruscamente a porta do motorista do carro. Nesse momento, o policial que estava com sua arma funcional disparou um tiro no tórax do rapaz, “entendi que se tratava de um roubo”, falou o PF aos policiais que atenderam à ocorrência.

Após ser ferido, Lucas percorreu a Rua Maracaju indo até a Rua Arthur Jorge, onde caiu. O Corpo de Bombeiros foi acionado e foi tentada reanimação por cerca de 40 minutos, mas Lucas morreu no local. 

Segundo o policial federal, ele percebeu que nas imediações havia uma motocicleta que acreditava estar no local para dar apoio a Lucas. O delegado e superintendente regional da Polícia Federal no Estado e delegado da Polícia Civil foram até o local dos fatos.

Foi recolhida a pistola 9mm com 15 munições do policial federal para perícia. 

Família contesta versão de policial federal

“Nem sabia dirigir”, comentaram os amigos sobre a alegação de que Lucas tentaria roubar a SW4 do agente, no dia de seu velório, no dia 21 deste mês.

Alguns amigos contaram que ainda tentam entender o que aconteceu. Eles aguardam por imagens de câmeras de segurança da região, que possam esclarecer o ocorrido. Isso porque não acreditam que Lucas tentaria assaltar a família.

“Ele nem sabia dirigir, como ia roubar uma caminhonete”, comentou um amigo. Além disso, também foi relatado que Lucas não portava faca ou arma de fogo naquela noite. “Como iria roubar?”, questionaram.

Adriane dos Santos, de 31 anos, é amiga de Lucas há 12 anos e questionou: “O policial teria visto que não estava armado. Por que não imobilizou, deu tiro na perna ou voz de prisão? […] Ele atirou para matar”. Lucas foi atingido por um tiro no tórax, segundo informações da polícia.

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