CAC líder de organização criminosa é descrito como muito perigoso
Organização pretendia decapitar uma mulher por atrapalhar ‘negócios’
Thatiana Melo –
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O CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), líder da organização criminosa alvo da Operação Traquetos, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) no dia 8 de março, em Campo Grande, foi descrito como de alta periculosidade.
A defesa do CAC pediu pela liberdade dele alegando que não há elementos nos autos da investigação que possam colocar em risco a ordem pública. Mas, o desembargador Luiz Gonçalves Mendes negou a liberdade afirmando que o CAC seria de ‘alta periculosidade’.
Ainda segundo o magistrado, o CAC ocupa uma posição de destaque na organização e é apontado como líder responsável pela distribuição das tarefas da organização criminosa na viabilização de máximo de êxitos da organização criminosa.
Organização pretendia decapitar mulher
Um dos membros da organização criminosa alvo do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), no dia 8 de março, em Campo Grande, planejava matar uma mulher decapitada na Capital, segundo denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).
A descoberta veio quando o Gaeco conseguiu as interceptações telefônicas de um dos membros apontado como o armazenador da droga em Campo Grande, que depois seria responsável por distribuí-la para outros estados. Em conversas com outra mulher, o membro da organização fala em decapitar a vítima que estava atrapalhando os ‘negócios’.
“Deixa eu falar um negócio para você, eu precisava, eu vou ter que fazer um serviço com uma menina ali cara, não aguento mais cara, vamos dar um jeito de cortar a cabeça dela enterrar, fazer qualquer coisa”, diz o membro da quadrilha. A mulher, comparsa do autor, responde: “Demoro nós fecha ela, demoro, demoro nós cavucar ela, nós já leva umas viciada junto com nós, já pega ela, sonda ela, extrapola a hora certa que ela chegar, os passo dela tudo certinho nós pega ela, nós não marca não, tá ligado, vamos pegar ela, tá tirando você, tá tirando eu”.
O membro da quadrilha fala que se ela não quiser participar, ele faz o serviço sozinho. “Se não tiver ninguém para fazer o serviço eu mesmo faço, entendeu? Só que eu preciso de uma mulher só, umas duas mulher que segure o resto é comigo mesmo, entendeu?” Depois ele ainda diz: “Então nós vai no meu carro mesmo, passa ali pega as meninas ali e já era, entendeu, eu tenho o FERRO aqui”.
931 mensagens trocadas pela organização criminosa
Durante as investigações e interceptações telefônicas, foi descoberta a troca de 931 mensagens entre um dos líderes e outro membro. As mensagens foram trocadas em um espaço de tempo de 15 dias, onde os dois discutiam a retirada de 200 peças de maconha de uma garagem, que era usada por eles como ‘guarda-roupa’- termo usado para local onde se escondem drogas.
“Já! Já retirou velho, eu já paguei tudo lá já, ai o GURI cobrou SETE CONTO, SETE PEÇA lá pra retirar e guardar lá, tem que ter DUZENTAS E DUAS PEÇAS lá certinho, ele já conferiu já, só falta o *** ligar o telefone e entrar em contato que o GURI lá vai buscar, eu já passei o telefone pro GURI só que chega aqui, chega lá ele não responde”, dizia uma das mensagens interceptadas pelo Gaeco.
Em outra mensagem é possível ver a preocupação dos membros da organização em relação à polícia que sempre estava na região. “Uma semana que é pra pegar o BAGULHO lá e ninguém pega mano, porra cara eu tô, é foda mano aqui toda hora tá POLÍCIA entrando aqui entendeu? Tá lotado aqui não dá pra ficar com o telefone em cima não.”
Segundo as investigações, as mensagens foram trocadas entre 8 e 23 de junho, sendo um total de 931. Outra preocupação da organização era a necessidade de se encontrar outro lugar para armazenar a droga.
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