Violento, trânsito de Campo Grande mata quase três vezes mais em um mês

Número de acidentes caiu, mas de mortes aumentou na Capital

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Acidente na Rui Barbsa e 15 de Novembro
Acidente no cruzamento entre as ruas Rui Barbosa e 15 de Novembro (Foto: Nathalia Alcântara/Midiamax)

Em um mês violento no trânsito de Campo Grande, os dados do Batalhão de Polícia de Trânsito mostram que o número de acidentes caiu 14,4% em um mês na Capital. Em contrapartida, o levantamento da polícia mostrou que somente em outubro foram registradas 11 mortes no trânsito, número 175% maior que o mês anterior.

Segundo o levantamento, setembro teve 951 acidentes de trânsito totais, incluindo boletins de ocorrência online. Foi necessária a presença da Polícia Militar de Trânsito em 576 ocorrências.

Já em outubro foram registradas 814 acidentes totais e 536 ocorrências que foram necessárias acionar a polícia. Ou seja, sobre o número total de acidentes, houve a redução de 14,4% e sobre as ocorrências com a presença da BPTran caiu 6,9%.

No entanto, o dado sobre as mortes no trânsito chama atenção. Apesar de outubro ter registrado menos acidentes, o mês foi o mais violento, com 11 óbitos registrados. Já no mês de setembro, foram 4 mortes. Totalizando um aumento de 175% de mortes.

Vale lembrar que no boletim da BPTran consta o levantamento de mortes no trânsito em Campo Grande até o dia 24 de outubro.

Acidentes mataram 3 mulheres em 4 dias

Os dados de 2022 do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito indicam apenas o período de janeiro a junho, portanto, ainda não indicam a quantidade de acidentes registrados posteriormente.

No entanto, é possível levantar que o trânsito tem sido violento no segundo semestre do ano. Somente na última semana, Campo Grande registrou a morte de três mulheres em acidentes, sendo uma atropelada por um motorista bêbado.

Karolayne Talia de Souza, de 23 anos, morreu após ter a moto atingida por um motorista, na Avenida Nelly Martins, no dia 12 deste mês.

Já na madrugada de quinta-feira (13) Michelli Alves Custódio, de 36 anos, morreu atropelada em frente a sua casa. Os filhos de 8 e 10 anos viram o corpo da mãe ser arremessado pelo motorista que confessou ter passado 9 horas bebendo antes de pegar na direção do veículo Renault Sandero. 

Na madrugada do sábado (15), o trânsito fez mais uma vítima. Graciele Rosa da Silva Pereira, de 33 anos, morreu após bater a motocicleta na traseira de um Fiat Pálio parado no semáforo. 

Álcool é maior vilão no trânsito

O trânsito em Mato Grosso do Sul está menos violento, segundo os dados do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito, do Ministério da Infraestrutura. Os números divulgados mostram que no primeiro semestre de 2022 foram 62,5% menos acidentes que o mesmo período de 2021, mas bebida alcoólica continua sendo a grande vilã.

De acordo com o registro, de janeiro a junho de 2021, foram 8.408 acidentes de trânsito, enquanto em 2022 foram 3.146. Vale lembrar que o levantamento não inclui os casos registrados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), portanto, pode haver variações.

Os óbitos também reduziram. Conforme os dados, em 2021, de janeiro a junho, foram 51 acidentes de trânsito com mortes, enquanto no mesmo período deste ano foram 12. Uma redução de 76,4%.

Das vítimas fatais dos acidentes de trânsito, 71% eram homens no ano de 2021 e no ano seguinte 66% das mortes também eram vítimas do sexo masculino. A faixa-etária que mais teve vítimas de acidentes compreende dos 35 aos 39 anos. Outro dado que chama atenção é que, das mortes no trânsito, 86% eram os que conduziam os veículos.

Confira os comparativos:

Vai ano, vem ano, e a mistura de bebida alcoólica e direção continua sendo a pior combinação no trânsito. Conforme o Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito de janeiro a junho de 2021, dos 51 óbitos registrados no período, 70% das mortes foram com suspeita de motorista alcoolizado.

O trânsito de MS registrou menos mortes no mesmo período de 2022, mas, segundo o registro do Ministério da Infraestrutura, a bebida alcoólica ainda é a maior vilã. Das 12 mortes no trânsito, 64,9% envolveram suspeita de consumo de álcool.

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