Sem ambulância, transporte de motorista de aplicativo ferida foi feito por serviço particular

Amigos teriam entrado em contato com o Samu e receberem a informação que não tinha ambulância disponível. Custo do transporte foi de R$ 1.200

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Foto ilustrativa | Henrique Arakaki | Jornal Midiamax

O transporte da motorista de aplicativo que foi ferida com objeto cortante neste sábado (21) durante uma corrida precisou ser feito por uma ambulância particular, conforme relatos de colegas da vítima, enviados ao Jornal Midiamax. Isso porque, segundo eles, não havia ambulância disponível para conduzir a motorista para atendimento médico.

Conforme os relatos, vários motoristas de aplicativo fizeram uma vaquinha para solicitar uma ambulância particular. Amigos teriam entrado em contato com o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e receberem a informação que não tinha ambulância disponível.

Segundo informações, o valor arrecadado foi de mais de R$ 1,2 mil para solicitar uma ambulância com médico e oxigênio. “A pressão dela estava caindo e ficamos assustados”, um amigo da vítima.

Outra motorista relatou que o Samu não tinha como ir, pois, não tinha ambulância disponível e não tinha médico. Ela detalhou também que os motoristas de aplicativos tem códigos para falar para os colegas de serviço. “Através disso ajudamos e salvamos parceiros”, ressalta.

A reportagem acionou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) sobre o que motivou o transporte da vítima ao hospital não ter sido executado e aguarda posicionamento.

Áudio revela desespero

Um arquivo de áudio obtido pelo Jornal Midiamax revela o desespero de uma motorista de aplicativo de 44 anos após ser esfaqueada durante uma corrida no bairro Aero Rancho, em Campo Grande. A vítima teria conseguido pedir ajuda em um espetinho nas imediações.

Conforme o boletim de ocorrência, a mulher teria pego um passageiro na Rua Internacional, no Jardim São Conrado, com destino à Avenida Filinto Muller, atrás do Condomínio Village Parati. Porém, quando a vítima estava chegando próximo ao destino, o autor teria pegado uma faca e começou a desferir vários golpes na vítima.

O áudio mostra o drama que a motorista passou. “O cara me furou toda de faca gente”, relata. Em seguida, ela disse: “Moço, moço, me socorre, eu fui assaltada. Eu tô toda furada. Ajuda me levar ali no posto”, relata drama vivido.

A vítima foi socorrida e levada primeiramente ao CRS (Centro Regional de Saúde) e posteriormente, devido à gravidade, foi transferida para a Santa Casa.

Segundo informações da assessoria do Hospital, a vítima deu entrada na unidade às 2h01min, com ferimento por arma branca em região de ombro, face, orelha e na nuca. A paciente está internada no pronto atendimento, acordada, comunicativa, respiração sem auxílio de equipamentos e faz o uso de medicações.

Ela realizou exames laboratoriais e de imagem e foi avaliada pelas especialidades de cirurgia plástica, cirurgia vascular, bucomaxilofacial e aguarda avaliação pela especialidade de ortopedia.

Caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol como roubo qualificado se da violência resulta morte na forma tentada. Autor fugiu do local sem levar nada da vítima e é procurado.