Preso na Operação Dark Money entregou ‘mensalinho’ em colaboração premiada

Servidor foi alvo da primeira fase da operação pelo desvio de mais de R$ 23 milhões

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(Foto: Divulgação/ Dracco)

Alvo da primeira fase da Operação Dark Money, que apura crimes praticados por servidores da Prefeitura de Maracaju, a 160 quilômetros de Campo Grande, revelou em depoimento o esquema de ‘mensalinho’ envolvendo vereadores. Os parlamentares são investigados na segunda fase da operação.

A segunda fase foi denominada Mensalinho, por causa do esquema descoberto, envolvendo vereadores. O acusado prestou depoimento em colaboração premiada, acompanhado da advogada.

Ele foi preso na primeira fase da operação, nas investigações do desvio de R$ 23.479.337,90 da Prefeitura de Maracaju, entre 2017 e 2020. Assim, acabou apontando os outros coautores, que atuavam na organização criminosa.

Com isso, foi revelada a estrutura hierárquica e também a divisão de tarefas dos envolvidos. O depoimento acabou revelando que o destino das verbas públicas desviadas foi para o pagamento de ‘mensalinho’ aos vereadores da Câmara Municipal de Maracaju.

Fase Mensalinho prendeu vereadores em flagrante

Laudo Sorrilha Brunet (PSDB), Helio Albarello (MDB) e o filho Marlon Cambuhy Albarello foram soltos após pagarem total de R$ 50,9 mil em fiança na quarta-feira (7). Os três foram detidos em flagrante por posse irregular de arma de fogo.

Marido de uma investigada também foi detido com um revólver, carabina e munições e foi solto após pagar R$ 2 mil de fiança. Já Laudo foi preso com dois revólveres e munições e pagou fiança de R$ 24.240.

O mesmo valor foi pago por Marlon Albarello, que tinha em casa pistola, revólver e rifle, além das munições. Enquanto o pai, Helio Albarello, que foi flagrado com um revólver calibre 38 pagou fiança de R$ 2.400.

Grupo ostentava vida de luxo

Os policiais do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) descobriram vida de luxo por parte dos alvos da investigação. Entre as ‘ostentações’ estavam dinheiro em espécie e viagens a destinos caros.

Ao todo, 8 vereadores foram afastados após a operação. Além disso, dois parlamentares foram presos em flagrante por posse irregular de arma de fogo e liberados após o pagamento de fiança.

Também foram apreendidos quatro revólveres, duas pistolas e duas espingardas. Outras duas pessoas foram autuadas, também por porte de arma.

‘Vida de luxo’

Segundo o Dracco, foram apreendidos 13 veículos, ‘além de elevada quantia de dinheiro em espécie, em moeda nacional e estrangeira’. Também foram encontrados cheques.

Apenas com um dos vereadores, cujo nome não foi revelado, foi encontrado R$ 100 mil em dinheiro e R$ 1 milhão em cheques.

A vida luxuosa que a investigação descobriu inclui viagens, por parte de um dos parlamentares, para Ilhas Maldivas e Dubai. Pelas pesquisas dos policiais, o turismo para estes locais custa mais de R$ 100 mil.

Os 8 afastados já tomaram ciência da medida e, portanto, estão impedidos de assumir suas funções. Também houve sequestro e indisponibilidade dos bens dos investigados.

Assim, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão, que tiveram como alvo os vereadores investigados, nas cidades de Maracaju e Rio Brilhante.

Ainda foram alvos da investigação pessoas interpostas, que foram utilizadas pelos parlamentares para o recebimento das vantagens indevidas.

Operação Dark Money

Na 3ª fase da investigação do Dracco, foi identificado pagamento de propina a vereadores durante os meses de dezembro de 2019 e novembro de 2020. As propinas eram pagas por ordem do então prefeito Maurílio Azambuja (MDB).

O prefeito, com o aval de outros servidores, tinha como objetivo afrouxar a fiscalização das contas da prefeitura pela Câmara, além de aprovar projetos e leis de seu interesse.

Ainda conforme o Dracco, o pagamento de propina tinha como objetivo impedir o funcionamento adequado do Legislativo, já que é de responsabilidade deles a fiscalização. A 3ª fase foi nomeada como ‘Mensalinho’ em referência ao esquema do mensalão, que era operado em nível federal.

As investigações do Dracco apontaram que 11 dos 13 vereadores que integravam a Câmara no período teriam recebido pagamentos indevidos oriundos dos desvios feitos na Prefeitura.

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