Por falta de laudos, júri de ex-militar da Aeronáutica é adiado em Campo Grande
Julgamento de Tamerson foi adiado para o dia 25 de novembro deste ano
Thatiana Melo, Danielle Errobidarte –
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Por falta de laudos periciais, o julgamento do ex-militar da Aeronáutica, Tamerson Ribeiro de Lima, foi adiado, nesta quarta-feira (5), para novembro deste ano. A decisão é do juiz Aluízio Pereira dos Santos. Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, de 22 anos, foi morta asfixiada em fevereiro deste ano.
A mãe de Natalin, a vendedora Liliane Garcia de Freitas, de 35 anos, chorou ao lembrar de como soube da morte da filha. “Quando descobri que a Natalin estava morta, eu estava grávida. Eu enlouqueci”. Ainda segundo Liliane, em um primeiro momento, foi dito a ela pelo seu marido que a filha tinha sofrido um acidente e estava entre a vida e a morte.
Quando veio para Campo Grande, já que é moradora de Paranaíba, e foi até a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) teve de engolir a seco o fato de saber que a filha estava morta há três dias. “Por 10 minutos perdi a consciência. Minha filha estava apodrecendo no mato há três dias”, disse.
“Sonho com ela o tempo todo”, falou Liliane que ainda disse que a neta pergunta da mãe e ela tem de dizer que Natalin virou estrelinha e está no céu. A criança rebate dizendo que quer voar para o céu para ver a mãe. A menina está passando por tratamento psicológico.
Liliane só ficou sabendo que não haveria mais julgamento ao chegar no tribunal, “somos assalariados e não temos dinheiro para ficar indo e voltando”. Mas, a vendedora disse ter feito questão de vir quando soube do júri marcado para ver como o juiz vai tratar o caso. “Tamerson era mais forte que a Natalin. Ela não era uma mulher pesada”.
Foi determinada a apreensão de um notebook para ser periciado, e só assim ocorrer o julgamento.
Feminicídio
O crime aconteceu na madrugada do dia 4 de fevereiro, na residência do casal, no Residencial Oliveira. Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Tamerson e Natalin conviviam maritalmente há quatro anos e tinham uma filha. Naquele dia, a vítima chegou em casa de madrugada e o casal teve uma discussão, quando Tamerson estrangulou a esposa com os braços, em um golpe de ‘mata-leão’.
Natalin foi morta por asfixia mecânica. A filha do casal esteve na residência todo o tempo durante o crime. Tamerson então enrolou o corpo da esposa em um lençol e colocou no porta-malas do carro. Na manhã seguinte, ele ainda levou a filha de apenas 4 anos para a escola, com o corpo da mãe no veículo.
Depois, dirigiu até a Rodovia BR-060, onde desovou o corpo da esposa em um matagal. Ele foi denunciado pelo feminicídio qualificado pelo motivo torpe, na presença de descendente e emprego de asfixia, além da ocultação de cadáver. A denúncia foi recebida pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.
Tamerson esteve preso na Base Aérea de Campo Grande, quando foi detido em flagrante após o corpo de Natalin ser encontrado, mas foi transferido ao presídio após a exclusão da FAB.
Exclusão da Força Aérea
Tamerson foi excluído das fileiras da FAB (Força Aérea Brasileira), em decisão no processo administrativo do Conselho de Disciplina. A decisão foi publicada no fim de junho e o pedido de transferência para um presídio comum foi deferido no mês passado.
Preso por assassinar a esposa Natalin Nara na madrugada de 4 de fevereiro deste ano, Tamerson estava detido na Base Aérea de Campo Grande, já que era militar. Em ofício, o comandante, brigadeiro do ar Clauco Fernando Vieira Rossetto, comunicou a exclusão do réu das fileiras da FAB.
Ainda de acordo com o ofício, Tamerson foi excluído a bem da disciplina, perdendo o direito de responder ao processo preso na Base Aérea. Sendo assim, foi solicitado traslado para um presídio comum e o pedido foi deferido pelo juiz Aluizio dos Santos Pereira, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.
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