Policial civil é condenado a perder o cargo por ajudar delegado que matou boliviano
Ele teria coagido testemunhas e ainda alterado características da arma usada no crime
Thatiana Melo, Renata Portela –
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O investigador da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Emmanuel Nicolas Contis Leite, foi condenado a perder o cargo neste mês de novembro. Ele é acusado de ajudar o delegado Fernando Araújo da Cruz, após o homicídio do boliviano Alfredo Rangel Weber.
O Conselho de Sentença decidiu pela condenação do policial civil nos dois crimes que foi acusado. Ele responde por coação no curso de processo e fraude processual.
Ainda conforme a sentença do juiz Idail De Toni Filho, presidente do Tribunal do Júri de Corumbá, Emmanuel deve cumprir dois anos de prisão e um ano de reclusão. Ele também foi condenado a perder o cargo.
Isso, considerando que se aproveitou do cargo público para cometer os crimes pelos quais foi condenado. Ele teria ajudado a coagir testemunhas, intimadas após a morte de Alfredo.
Além disso, teria alterado a caminhonete S10 e a arma do delegado Fernando, para induzir a Perícia e o juiz a erro. Emmanuel vai cumprir pena em regime aberto e pode recorrer em liberdade.
Ajudou delegado após assassinato
O investigador de polícia judiciária chegou a ser preso por conta do processo que trata do homicídio de Alfredo Rangel Weber, em 23 de fevereiro de 2019, em Corumbá.
Fernando, que era delegado titular da Daiji (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e do Idoso), foi condenado por homicídio duplamente qualificado por emboscada e impossibilidade de defesa da vítima.
O delegado cumpre sentença de 16 anos de prisão, pena que inicialmente era de 20 anos e foi reduzida. Alfredo foi esfaqueado em uma festa e depois socorrido, sendo levado de ambulância para Corumbá.
No entanto, conforme as investigações apuraram, o delegado interceptou a ambulância e o matou a tiros antes de chegar ao hospital. Fernando, achando que não havia testemunhas do crime, acabou informado por Emmanuel de que a irmã da vítima estava na ambulância e viu o assassinato.
Assim, testemunhas foram coagidas, sendo uma delas o motorista da ambulância, que teve como advogada a mulher de Fernando. Mas, o que o casal não esperava era que policiais bolivianos e até um promotor usassem de chantagem para extorquir os dois, com pedido de R$ 100 mil para que não implicassem o delegado ao assassinato.
Na tentativa de encobrir os rastros do crime, até execuções dos policiais e delegados que estavam investigando o caso foram arquitetadas por Fernando e Emmanuel, que informava ao delegado todos os passos das investigações.
Delegado pode ser expulso da PCMS
Nesta segunda-feira (21), a Corregedoria da Polícia Civil ouve testemunhas em audiência do caso que envolve o delegado Fernando Araújo da Cruz, condenado pela morte de Alfredo.
A audiência faz parte do processo administrativo investigado pela Corregedoria e que pode acabar na demissão de Fernando da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
Testemunhas são ouvidas na manhã desta segunda, assim como o delegado que atuou no caso, Carlos Delano, titular da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios). Após a audiência, a Corregedoria irá deliberar pela pena de Fernando, que pode ser até sua demissão.
Na quinta-feira (17), o advogado de defesa do delegado, Amilton Ferreira, disse ao Jornal Midiamax que neste dia serão observadas provas e nulidades do caso.
Fernando ainda continua integrando os quadros da polícia e recebendo salário de R$ 24 mil.
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