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Polícia

Pai de santo preso por estupro de adolescente diz que tirou ‘espírito obsessor’ durante sessão

Homem alegou 'semiconsciência' para justificar o crime pelo qual foi preso
Thatiana Melo, Danielle Errobidarte -
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Pai de santo está preso e nega o crime (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

Pai de santo de 63 anos alegou em depoimento que estava ‘tirando’ espíritos obsessores da adolescente que, segundo ele, estava ‘carregada’. O idoso foi preso por estuprar uma menina de 15 anos durante uma sessão espírita, na noite dessa segunda-feira (21), em Campo Grande.

A delegada Karen Viana Queiroz, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), disse que o pai de santo contou que trabalha há mais de 40 anos e que estava semiconsciente durante a sessão. O homem disse que não se lembrava dos detalhes do que aconteceu, já que estava incorporado.

Ainda segundo o depoimento, o autor afirmou que se aconteceu contato sexual entre ele e a adolescente “foi com os pés para extrair as energias ruins”. A menina frequentava o local há 4 meses, sempre acompanhada da mãe.

O pai de santo disse em depoimento que é comum aquele tipo de atendimento e que durante a “transferência de energia” existe o contato físico entre a entidade e a pessoa atendida no local. 

Ainda segundo os relatos do autor, o espírito incorporado retira a energia negativa de “espíritos obsessores por meio das partes íntimas”, e alegou que a vítima estava ‘carregada’ e cheia de problemas em sua vida pessoal.

O pai de santo confirmou que o que aconteceu na sessão foi devido a “sua necessidade de descarregar as energias ruins” que havia absorvido da vítima durante a sessão. 

Durante o depoimento da menina, ela disse que o homem estava usando uma cueca, de cor azul. A polícia confirmou a informação verificando as vestimentas do pai de santo, que nega o crime.

Dentro da cueca foi encontrado um pedaço de papel, mas a polícia não informou se havia algo escrito. Segundo a delegada, o pai de santo não tem passagens pela polícia.

O estupro

A mulher contou que a filha estava em uma sala sozinha com o homem, que fazia o atendimento dizendo estar incorporado por uma entidade. Durante a consulta, o autor colocou as mãos por dentro do short da menina e a fez segurar seu órgão genital. 

Após o abuso, o homem ainda disse para a menina não contar a ninguém o que tinha acontecido. A adolescente saiu da sala assustada e chorando. Depois de contar os fatos para sua mãe, a polícia foi acionada. Quando o autor foi questionado pelos militares, ele disse não se lembrar de nada já que estava incorporado.

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