Foi condenado a 20 anos de , em regime fechado, Wilson Benevides de Souza, de 31 anos, acusado de atropelar e matar a enfermeira Carla Jaqueline Miranda, de 40 anos. Ele foi a júri popular nesta quarta-feira (20) e também foi condenado a pagar, de alimentos, um salário mínimo e meio mensalmente para os filhos da vítima.

O Conselho de Sentença decidiu pela condenação de Wilson por homicídio triplamente qualificado. Assim, o Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri fixou a pena em 20 anos de reclusão, em regime fechado. Ainda foi fixado cautelarmente os danos emergenciais, de alimentos, no valor de um salário mínimo e meio mensal.

A primeira parcela deve ser paga no dia 10 de maio, até que se complete o valor total de R$ 30 mil. Como pena secundária, o réu não poderá ter CNH ou permissão para dirigir, já que é considerado que ele cometeu o crime com dolo – embriagado, sem habilitação, na contramão e em excesso de velocidade. A pena se aplica pelo tempo de condenação.

Filha da enfermeira falou sobre o júri

Raíssa Miranda, de 23 anos, falou com o Jornal Midiamax, um dia antes do julgamento e relatou a dor de ter perdido a mãe, em um acidente brutal. “A dor não vai passar, não vai trazer ela de volta, mas o que a gente quer é justiça pra ter o alívio no coração”.

A jovem recebeu a notícia da morte da mãe, Carla, dois dias antes do aniversário. O velório aconteceu no dia em que completava 22 anos. “Foi a pior dor do mundo. No dia que recebia a notícia na delegacia eu não sabia respirar, não sabia andar, não sabia fazer nada. Me senti perdida, não sabia o que fazer”, lembra.

A jovem já não morava com a mãe, mas lembra que o contato era diário. Enfermeira, Carla trabalhou no atendimento a pacientes com Covid. “Minha mãe nunca teve nenhum tipo de atitude errada. Ela estava no auge da carreira. É muito injusto”, disse. Raíssa contou ainda que participou das audiências online, mas que pela primeira vez veria pessoalmente Wilson.

Sobre o julgamento, relatou que espera que a justiça seja feita, de forma favorável para a família de Carla. “Que seja julgado da melhor maneira, mas não vai tirar a dor da gente”, disse. “É um sentimento de revolta. Por que esse cara estava na rua com esse tanto de passagem? Por que estava correndo daquele tanto?”, lamentou.

Acidente que matou Carla

Enfermeira conduzia a Biz

A denúncia apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) detalha o acidente, ocorrido na noite daquele dia 24 de janeiro de 2021, na Avenida Heráclito Diniz Figueiredo, perto do cruzamento com a Rua Veridiana, no Estrela do Sul. Na direção de uma BMW, Wilson atropelou e matou a enfermeira Carla.

Conforme registrado pela acusação, Wilson conduzia a BMW com excesso de velocidade, na contramão e fazendo ultrapassagem em local proibido. Foi ao invadir a pista contrária que ele atingiu Carla, que conduzia a Biz. Ainda foi identificado que o motorista não tinha habilitação para dirigir.

Assim, por todos os fatos relatados, foi configurado crime doloso, por entendimento de que o motorista assumiu os riscos do acidente. Além de todos os fatores, ele estava sob efeito de álcool, apontou o MPMS. Restou apurado que Wilson passou por uma viatura policial, quando acelerou para tentar fugir da equipe, por não ter CNH.