Manifestante denuncia professora por injúria racial em Dourados

Caso aconteceu no final de semana em frente à 4ª Brigada da Cavalaria

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Um homem de 45 anos procurou a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados na tarde do último sábado (12), para registrar boletim de ocorrência contra uma professora por injúria racial. O crime teria acontecido em frente à 4ª Brigada da Cavalaria Mecanizada, onde manifestantes estão acampados.

De acordo com o registro policial, a professora estava num veículo Ford Fiesta, vermelho, com adesivo e bandeiras do grupo opositor e passou pela avenida Guaicurus com provocações. Num determinado momento, ela teria feito a volta na via, enquanto outro veículo que a acompanhava, filmava toda a ação da mulher.

Ainda de acordo com a ocorrência, ela teria parado o veículo e continuado com a provocação. O homem que registrou o boletim de ocorrência se aproxima e pede que ela se retire do local para manter a segurança e também porque estava obstruindo o trânsito.

Neste momento, ele pegou a bandeira de dentro do carro e jogou a mesma no canteiro e a motorista teria dito: “Sai da frente neguinho”, e outro indivíduo que estava como passageiro no carro da mulher, disparou: “Neguinho não. É macaco”.

‘Pedaço de madeira’

Depois dessas ofensas, o homem contou em depoimento na Depac, que ficou “cego de raiva” e com um pedaço de cano bateu na traseira do veículo, mas em nenhum momento agrediu os ocupantes do mesmo, ainda conforme consta no registro policial.

Na página oficial do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação), no Facebook e também Instagram, foi divulgada uma nota de repúdio contra a suposta agressão sofrida pela professora, e ainda pede providências por parte das forças de segurança de Dourados.

“O Simted Dourados e as entidades e movimentos que compõem o Comitê de Defesa Popular de Dourados/MS, repudiam o ataque desferido a dois trabalhadores da educação, hoje – doze de novembro de 2022, realizado pelos manifestantes bolsonaristas na avenida Guaicurus. O carro usado pelos trabalhadores estava com um adesivo da campanha de Lula e os membros do grupo bolsonarista os atacaram”.

A nota afirma que um dos homens estava armado e cita um vídeo, entretanto, não menciona as falas racistas proferidas pela própria professora e nem as provocações feitas por ela, conforme a denúncia. Nas redes sociais, uma internauta publicou imagens da professora fazendo uso de bebida alcoólica.

Segundo a publicação, a professora envolvida deveria estar em reposição de aula por conta da greve da Reme (Rede Municipal de Ensino), por reajuste salarial e foi considerada ilegal pela Justiça.

A reportagem do Midiamax entrou em contato com Simted. Segundo a Assessoria de Comunicação, o posicionamento da entidade aconteceu em relação às agressões sofrida pelos trabalhadores e que ainda não tem conhecimento sobre a denúncia de prática de racismo registrada na Depac de Dourados.