Um carro, uma escada e um alicate. Segundo relato de um dos envolvidos nos furtos a condomínios de luxo de , estes eram os materiais utilizados para driblar a segurança de alto padrão. Em três das quatro residências alvos dos bandidos, eles encontraram as portas abertas, já que os moradores acabavam confiando na segurança dos residenciais.

Nos três condomínios alvos da quadrilha, Damha II, Golden Gate e Terraville, o relato feito por um dos integrantes foi o mesmo, que eles entravam encostando uma escada no muro e cortando a cerca elétrica. Apesar disso, não há registro de que o monitoramento de segurança tenha sido acionado e, em um dos furtos, a ação dos bandidos teria durado horas.

Escada escondida e cerca cortada

O primeiro furto teria sido feito no condomínio Terraville. Um dos envolvidos revelou no interrogatório que estava junto com o comparsa quando passou na frente e “decidiu furtar”. Eles usavam a Pampa do rapaz e levaram uma escada, que usaram para acessar o muro. Depois, esconderam a escada em uma área de mata e cortaram a cerca elétrica.

Já dentro do terreno de uma casa, os suspeitos perceberam que a residência estava vazia e entraram, sendo que a casa estava aberta. Eles levaram uma de fogo, munições, televisões, caixa de som e um cofre, com cédulas nacionais e estrangeiras. O rapaz alegou que jogou a arma fora, após tentar vender e ser orientado por terceiros a se desfazer.

O segundo furto teria acontecido no Damha II. Quatro suspeitos jogavam bola no Tiradentes, quando um deles teria convidado para um furto. Eles foram até o condomínio, cortaram uma grade e acessaram uma região de mata, chegando até a cerca do condomínio.

Depois, correram até uma casa, que estava aberta. O rapaz relatou que a ação foi muito rápida e que levaram vários objetos, como notebook, televisões e luvas de box. Com o crime bem-sucedido, ele teria decidido furtar outro condomínio de luxo, fazendo uma pesquisa na internet. Então, encontrou o Golden Gate e convidou dois dos comparsas, mas apenas um aceitou.

Foi nessa ocasião que o rapaz então convidou a sogra, que topou. Os suspeitos sondaram o condomínio ainda durante o dia e depois retornaram, já à noite. Eles encontraram um terreno baldio perto do muro, onde usaram a escada para entrar e cortaram a cerca elétrica. Então, chegaram até a casa e arrombaram uma janela.

Do local foram levados aparelho de som e três televisores. Os acusados ainda furtaram uma segunda residência no condomínio, que segundo eles estava aberta. Foram levadas joias e , notas nacionais e estrangeiras, que foram divididas entre os envolvidos. Dois dias depois, o rapaz fez uma viagem para com a sogra, levando as joias furtadas.

Em São Paulo, as joias que são avaliadas em mais de R$ 500 mil foram vendidas por R$ 20,5 mil e o dinheiro repartido entre os criminosos.

Trabalhava em condomínio

Durantes as investigações, foi identificada conversa pelo WhatsApp entre os integrantes da quadrilha, apontando que um deles, de 24 anos, trabalhava como pedreiro no condomínio Alphaville 4 e que estaria colhendo informações para repassar aos comparsas. A intenção seria um novo furto, no local.

Ele teve a preventiva decretada em audiência de custódia, junto com outro comparsa. Já outros dois envolvidos tiveram liberdade garantida com uso de tornozeleira eletrônica, enquanto a mulher presa, sogra de um dos suspeitos, foi liberada e deve cumprir recolhimento domiciliar noturno.

O grupo responde por furto qualificado e associação criminosa.