Há 12 anos, vereador de Alcinópolis era executado na Afonso Pena antes de denunciar prefeito
O prefeito do município na época chegou a ser preso durante as investigações
Mirian Machado –
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O vereador e presidente da Câmara Municipal de Alcinópolis, Carlos Antônio Costa Carneiro (PDT), de 40 anos, foi assassinado com três tiros na tarde do dia 26 de outubro de 2010. O crime aconteceu ao lado do Hotel Vale Verde, na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande. A motivação teria sido por desavenças políticas.
O prefeito na época foi preso em julho do ano seguinte (2011), acusado de ser o mandante do crime, após Carneiro ter vindo a Campo Grande para denunciar várias irregularidades na gestão ao TCE/MS (Tribunal de Contas do Estado). Porém, em 2016, ele foi inocentado por falta de provas.
Com a morte do vereador, Valter Roniz foi eleito presidente e o suplente Valdeci Lima assumiu, dando maioria na Câmara ao prefeito na época. Eles foram acusados por homicídio com motivo torpe e emboscada.
Carlos é filho do então vice-prefeito, Alcino Carneiro, que assumiu a prefeitura.
Denúncia do Ministério Público apontava que o ex-prefeito teria cometido o crime em conjunto com Irineu Maciel, Valdemir Vansan e Aparecido de Souza.
Na época, o inquérito policial apontou que o motivo do crime era por causa das desavenças políticas entre Carlos Antônio e o prefeito, que liderava um grupo político, enquanto o presidente da Câmara era da oposição e frequentemente denunciava irregularidades cometidas na administração municipal.
No dia que foi assassinado, Carlos Antônio estava com documentos para a montagem de um dossiê com denúncias de desvios cometidos no executivo da cidade do interior.
Durante o desenrolar do inquérito, chegaram a ser presos: o prefeito, o presidente da Câmara, Valter Roniz; o vice-presidente, Valdeci Lima; o primeiro secretário, Enio Queiroz; o comerciante Ademir Luiz Muller; e Gildete, que seria namorada de Irineu Maciel, acusado de ter atirado no vereador.
Tempo depois, todos foram liberados.
A delegada responsável pelas investigações na época, Rozeman Geise Rodrigues de Paula, da 1ª DP (Delegacia de Polícia), disse que três homens teriam agido como pistoleiros. Escutas telefônicas seriam as provas para a prisão do prefeito.
Irineu e Valdemir foram julgados e condenados a 19 anos e Aparecido foi inocentado em Júri Popular. Irineu recebeu progressão de regime em dezembro de 2020. Pouco mais de um mês depois de ser preso no Bairro Tijuca, após ficar foragido. Atualmente, se encontra cumprindo pena em regime semiaberto.
Emboscada
Ao que tudo indica, o vereador foi vítima de uma emboscada. Ele chegou no hotel e disse na recepção que alguém o esperava para almoçar. Carlos Antônio foi informado que no local ninguém o aguardava e que ali não servia almoço. Ao sair do local, ele recebeu uma ligação no celular e instantes depois foi morto ainda em frente ao hotel.
No mesmo dia do crime, dois homens, Irineu e Aparecido, foram presos e afirmaram que haviam sido contratados para matar Carlos por R$ 20 mil. Irineu teria sido visto próximo ao vereador naquela tarde. Vítima e autor estavam na calçada como se estivessem conversando, em seguida, testemunhas ouviram os disparos.
Após atirar contra a vítima, Irineu correu ao encontro de Aparecido de Souza, que o esperava em uma motocicleta. A dupla foi presa após ser perseguida por dois investigadores da DGPC (Diretoria Geral da Polícia Civil), que passavam pelo endereço em uma viatura descaracterizada e presenciaram o crime.
Segundo os policiais, durante a perseguição chegaram a atirar três vezes contra os autores, que foram impedidos de fugir após derraparem e caírem ao chão. Eles foram presos pelo Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Sequestros).
Valdemir era quem teria feito a intermediação com o mandante.
Inocentado
De acordo com a decisão do juiz, nenhum dos autores confessou que o ex-prefeito seria o mandante. No inquérito policial, um dos criminosos chegou a citar que havia um mandante, porém não disse nenhum nome. Ainda segundo a Justiça, nas movimentações bancárias, não apareceram valores que seriam o “pagamento” aos autores. Na época, chegou a se cogitar em um valor de R$ 20 mil.
“Apesar de haver os referidos indícios, estes não são e nem devem ser considerados como suficientes. […] Os elementos de prova existentes são ilações ou deduções”, consta na decisão do juiz.
O ex-prefeito chegou a ser preso no dia 20 de junho de 2011, porém foi solto em 28 de setembro do mesmo ano, por causa de uma liminar do STJ (Supremo Tribunal de Justiça).
Atualmente, o processo que cita o ex-prefeito com envolvimento no assassinato continua em sigilo e não foram revelados detalhes.
Na época do crime, familiares e amigos fizeram campanhas contra o que chamavam de impunidade, em relação ao desenrolar das investigações.
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