Um dos moradores do Bairro Aeroporto, em , onde aconteceu a troca de entre Vinícius Rodrigues Vieira, de 22 anos, e policiais do Bope, contou ao Jornal Midiamax sobre o trauma do momento da ação.

O morador, que não quis se identificar, contou estar em casa quando, por volta das 23 horas, os policiais foram até a sua casa perguntando pelo membro do PCC. Ele disse que não sabia de Vinícius e que o rapaz nunca falava com os vizinhos, era muito calado.

Os policiais chegaram a revistar a casa dele, indo embora em seguida. Momentos depois os militares voltaram e foi aí que o morador ouviu pelo menos cinco disparos. “Fiquei traumatizado”, disse o homem que preferiu dormir na casa de um amigo depois da ação policial. Um casal contou também ver a movimentação, achando estranha.

Quando o casal chegou em casa e viu as viaturas policiais, pensou que Vinicius tinha assassinado a namorada, mas só depois ficaram sabendo o que tinha acontecido. O casal também contou que Vinicius não falava com ninguém. 

Vinicius e a namorada moravam há pouco tempo na casa. Na residência, os policiais encontraram cocaína e maconha. A adolescente estava na casa no momento da troca de tiros e foi encaminhada para a Deaji (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).

Várias passagens pela polícia

‘Playboy', como era conhecido o membro do PCC (Primeiro Comando da Capital), tinha passagens por tráfico de drogas, roubo majorado, furto e direção perigosa. As passagens tiveram início em 2016 e se estenderam pelos anos de 2019, 2020, 2021 e 2022.

Troca de tiros

A troca de tiros aconteceu no Jardim Aeroporto, por volta da 1h50 da madrugada, quando os policiais faziam rondas na região e visualizaram, na Rua Guaimbe, uma pessoa com trajes escuros e ao ver a viatura passou a correr pulando vários muros de residências.

Os policiais viram quando Vinicius entrou em uma casa, e na sequência os militares entraram já que o portão estava entreaberto. No mesmo quintal havia outra residência, e o morador saiu para ver o que acontecia.

Nesse momento, os policiais questionaram sobre o autor, mas o morador alegou que na sua casa não havia ninguém se escondendo. Em varredura na casa ao lado, que fica no mesmo terreno, verificou-se a porta apenas encostada e Vinicius foi visto dentro de um dos cômodos. Ao ver os policiais, o autor avançou em cima da equipe.

Foi ordenado que ele recuasse. A ordem foi obedecida e Vinicius levado para a varanda para ser revistado. Um dos policiais entrou no quarto para fazer a vistoria, e nesse momento o autor ignorou as ordens e foi em direção ao cômodo onde estava o policial.

Vinicius entrou em luta com o policial e outro militar foi ajudar na contenção do membro do PCC. Ele foi novamente levado para a varanda, mas conseguiu se desvencilhar e correr para outra porta que estava aberta, pegando uma arma de fogo tipo revólver calibre .32, indo para cima dos policiais.

Foram dadas diversas ordens para que largasse a arma, momento em que aconteceram os disparos. Vinicius foi atingido e socorrido para a Santa Casa, mas morreu no hospital.

No quarto onde estava Vinicius foram encontradas algumas porções de cocaína e maconha. No mesmo local, dormindo, estava uma adolescente de 16 anos, namorada de Vinicius. Ela contou que o  companheiro era membro do PCC, e ela simpatizante da facção. Os dois juntos vendiam drogas. Ela detalhou que a cocaína era vendida ao valor de R$ 250 reais a caixa e que, inclusive, a droga teria chegado para venda na data de 18 de agosto. Foram apreendidos alguns celulares no local.