Durante o julgamento de Emileide Magalhães, acusada de matar a filha de 10 anos, Gabrielly Magalhães, que foi estrangulada e enterrada viva de cabeça para baixo, em um buraco em Brasilândia, em março de 2020, o médico-legista que atendeu o caso teria descrito a cena horrível ao fazer os exames no corpo da criança.

Todo o depoimento do médico legista foi lido pela acusação na manhã desta quarta-feira (12) durante o júri popular de Emileide, que acontece em Três Lagoas. Na leitura do depoimento, a acusação descreve que o médico disse que em toda sua carreira nunca havia visto cena tão horrível. O trecho lido pela acusação não será descrito na matéria para preservar a vítima.

Ainda durante o julgamento foi questionado a Emileide sobre os abusos contra a filha, e ela disse que não sabia se era verdade. Emileide ainda afirmou que amava a filha e que não sabia o que estava fazendo no dia do crime. “Estava fora de mim”, afirmou.  Ainda durante o julgamento, Emileide disse que não cavou o buraco para enterrar a filha, e que sim caiu no local acidentalmente, levando Gabrielly junto, já que a menina estava com um fio envolto no pescoço. Após a filha cair, ela teria se apoiado na menina para sair do buraco. Ela afirmou que não cavou o buraco para esconder o corpo da filha, e sim que o buraco já estava no local. 

Após isso, Emileide passou a jogar terra e peles de animais mortos em cima para cobrir o buraco. Em seguida, tanto o irmão de Gabrielly como a mãe passaram a fazer ‘piseiros' ao redor e no buraco para não deixar pistas. Emileide ainda disse que não se lembrava de muitos detalhes sobre o dia do crime, já que estava bêbada e havia usado cocaína. Ela disse que, apenas, se lembra de entrar no carro com a vítima e com o irmão de Gabrielly, e depois de estar no local em que a menina foi estrangulada. 

O juiz passou a ler trechos de cartas escritas por Gabrielly para a mãe, onde a menina dizia que a amava e que a mãe era a pessoa mais linda. Emileide respondeu que até hoje não sabe a verdade sobre os estupros cometidos contra a filha. 

Estupro e homicídio

Em 21 de março de 2020, o crime foi descoberto pela Polícia Civil do município após a criança ser encontrada enterrada. Foi apurado que a própria mãe, Emileide Magalhães, de 30 anos, foi quem matou a filha a estrangulando e enterrando viva, causando a asfixia da criança.

Ainda nas investigações policiais, foi apurado que, em 2019, a vítima chegou a contar para uma colega de sala que estava sendo estuprada pelo padrasto. A colega teria orientado a menina a contar para a professora, mas como a vítima já tinha sido ameaçada pela mãe por conta dos abusos, preferiu manter o silêncio.

A mãe da vítima teria cometido o crime por ciúmes do marido, que estuprava a criança. O irmão, três anos mais velho, testemunhou o crime e foi obrigado a ajudar a mãe. Ele também acabou internado na (Unidade Educacional de Internação), mas foi liberado dias depois.