Nesta quarta-feira (6), acontece a primeira audiência do caso do acidente que vitimou Matheus Frota da Rocha, de 27 anos, no dia 28 de fevereiro. A namorada, de 19 anos, que estava na garupa da , é ouvida e também o motorista que chegou a ser preso por provocar o acidente, o colombiano Carlos Hugo Naranjo Alvarez, de 32 anos.

Conforme o André Luiz Cortez, ele vai apresentar perante a Justiça a indenização para que todo dano causado à jovem seja restituído, considerando também os danos psicológicos. A vítima estava na garupa da moto e presenciou o namorado morrer atropelado no acidente.

Nos corredores do Fórum de , Carlos ainda tentou se aproximar da jovem para conversar, mas foi retirado pelo advogado. Ele também será interrogado e prestará esclarecimentos sobre o acidente. A audiência é presidida pelo juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

Acidente e fiança

No dia 24 de março, Carlos pagou a fiança de R$ 20 mil, garantindo a liberdade provisória, que foi concedida já no dia 28, um mês depois do acidente. A fiança, antes arbitrada em R$ 50 mil, foi reduzida para R$ 20 mil na última semana. Para isso, a Mercedes-Benz C180 foi penhorada, sendo determinada inclusão de restrição no sistema do Detran.

A denúncia foi apresentada no dia 11 de março. Conforme a peça apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Carlos teria agido com dolo eventual, assumindo o risco de matar na direção de veículo automotor. Com isso, matou Matheus e tentou matar a jovem de 18 anos, “não consumando seu intento homicida por circunstâncias alheias à sua vontade”.

Ainda de acordo com a acusação, Carlos se encontrou na madrugada do dia 28 com outros três amigos em um bar, na Rua Euclides da Cunha, no Centro. Lá, os amigos beberam três garrafas de whisky, com combos de energético, pagando aproximadamente R$ 1.230, conforme registrado na comanda.

Ao sair do bar, Carlos dirigia a Mercedes-Benz C180 e seguiu pela Rua Guia Lopes. Por volta das 5h40, no cruzamento com a Avenida Salgado Filho, desrespeitou a sinalização semafórica de parada obrigatória, colidindo na motocicleta Honda Fan vermelha, pilotada por Matheus e com a jovem na garupa, registra o MPMS.

Matheus teve a perna esquerda inteira decepada e morreu no local. A garupa foi encaminhada para a Santa Casa, onde permaneceu internada. A acusação registra ainda na peça que Carlos fugiu do local, deixou os amigos no Bairro Tijuca e saiu tomando rumo incerto e não sabido. Já por volta das 6h30 foi encontrado na MS-080, após o carro ficar sem combustível.

Ele foi submetido a teste de que constatou 0,3 mg/l. Para o MPMS, Carlos agiu com dolo eventual, “uma vez que estava ciente do perigo concreto de acidente com seu veículo automotor ao dirigi-lo em alta velocidade, sob estado de embriaguez, além de desrespeitar a sinalização semafórica de parada obrigatória, vindo a colidir com a motocicleta na qual estavam as vítimas”.

Ficou concluído que Carlos assumiu o risco de matar as vítimas. Ele foi denunciado por homicídio simples, tentativa de homicídio e conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool. Foram elencadas oito testemunhas de acusação a serem ouvidas no decorrer do processo.