Defesa pede análise psiquiátrica de advogado que delatou Sintonia dos Gravatas do PCC
Magistrado alegou suspeição em processo de advogado após ser arrolado como testemunha
Thatiana Melo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
A defesa de Bruno Ghizzi entrou com pedido para que o advogado seja consultado por um especialista da área de psiquiatria da unidade prisional, onde está encarcerado em Campo Grande, desde a deflagração da Operação Courrier, em março deste ano, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Segundo a defesa de Bruno, ele toma remédios controlados prescrito por psiquiatra e que foi constatado a existência de uso imoderado ou inadequado da medicação. Ainda de acordo com a defesa, foram feitos relatos de ‘surtos’ do advogado ainda na custódia.
Na petição, a defesa ainda alega que existe a possibilidade de retaliação por membros da facção criminosa contra Bruno Ghizzi, assim foi pedido a adoção de providências para que o Estado garanta a sua segurança, como, alojamento em local apropriado – Sala de Estado Maior.
Suspeição de magistrado
No dia 5 deste mês, o juiz Mário José Esbalqueiro Júnior alegou suspeição no caso. De acordo com o magistrado, ele foi arrolado por um dos acusados – o analista judiciário Rodrigo – como testemunha referencial, o queno deixa impedido de atuar no processo.
O magistrado enviou a decisão ao Conselho Superior de Magistratura para a substituição legal.
Advogado usava senhas de servidores
Peça-chave das investigações da Força-Tarefa da Polícia Civil de MS e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) sobre a Sintonia dos Gravatas do PCC, Bruno Ghizzi — que é filho de defensor público de MS — tinha fontes para conseguir dados sigilosos.
Com servidores da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul e até funcionária de empresa de telefonia, ele obtinha informações privilegiadas que beneficiavam as ações em que atuava. Assessor jurídico na Defensoria em MS, citado em relatório do Gaeco, opinava a respeito de valores cobrados pelo escritório do advogado, para prestação de serviços, e inclusive elaborava documentos e procurações.
Ele também fazia consultas a cadastros públicos, como o CADSUS, sistema interno do local onde trabalha. O servidor não era concursado e, segundo a Defensoria Pública de MS informou à reportagem, foi desligado logo após a Operação Courrier. A exoneração foi publicada oficialmente no dia 30 de março.
Conforme o Gaeco, Bruno também conseguia informações sigilosas de empresas de telefonia celular por meio de uma funcionária do setor administrativo, que conforme consultado em página pessoal atua há mais de 10 anos no mesmo local.
É esclarecido que o advogado, com “auxílio de terceiros, sistematicamente violaria o sigilo de dados de pessoas diversas, no Estado de Mato Grosso do Sul, para atender interesses pessoais”.
O Midiamax também já noticiou que um policial penal auxiliava Bruno Ghizzi. Em uma das ações, o servidor público teria agido a favor do advogado e do cliente, que estava preso. O policial penal teria articulado, em exame criminológico — de progressão de regime — a obtenção de um parecer favorável para livramento condicional do preso.
Assim que conseguiu sair, o preso foi jantar e tomar um chopp com o policial penal e o advogado.
Operaçaõ Courrier
A ação, denominada Courrier — correspondência —, cumpriu ao todo 38 mandados judiciais. Conforme o Gaeco, a operação mira o núcleo Sintonia dos Gravatas, célula em que advogados usam de suas funções para transmitir recados aos faccionados presos, daí o nome da operação.
Ainda de acordo com o Gaeco, o grupo criminoso estaria articulando atentados contra a vida de agentes públicos, entre eles um promotor do Gaeco e um juiz de Direito de Campo Grande. Garras, Batalhão de Choque, Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário) também atuaram na operação.
Notícias mais lidas agora
- ‘Pode bater’: Promotora mostra conversas em que Stephanie ria ao mandar Christian agredir Sophia
- Morte de Sophia fica em 2º plano e defesa tenta justificar omissão de mãe citando violência doméstica
- Estelionatário do Amor: Falso pecuarista aplica golpe em mulher prometendo presente de R$ 300 mil
- Cabelo ‘na régua’ e camiseta polêmica: advogado explica look de padrasto de Sophia para julgamento
Últimas Notícias
Defesa da mãe de Sophia diz que tentará anular julgamento com habeas corpus
Christian e Stephanie padrasto e mãe de Sophia foram julgados nesta quarta e quinta-feira (05)
Fluminense bate Cuiabá, mas continua na luta contra o rebaixamento no Brasileirão
Com o resultado, o time carioca foi a 43 pontos e subiu para a 15ª colocação
Eduardo Sasha decide, Red Bull Bragantino vence Athletico-PR e se mantém vivo no Brasileirão
A esperança do Red Bull Bragantino era toda em cima do principal personagem
Mãe e padrasto são condenados a 52 anos de prisão pela morte de Sophia
Christian Campoçano Leitheim e Stephanie de Jesus da Silva – padrasto e mãe de Sophia – estavam sendo julgados desde quarta-feira (4)
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.