Conflito interno em aldeia de Amambai continua e capitão denuncia que teve casa destruída por mais de 40 pessoas

Ele e familiares teriam sido agredidos

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Indígenas da Aldeia Amambai, durante sepultamento de Vítor Fernandes (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

Conflito interno na Aldeia Amambai que antecedeu confronto entre indígenas e policiais militares, no dia 24 de junho, segue acontecendo. Na segunda-feira (11), capitão da aldeia procurou a Polícia Civil do município, a 352 quilômetros de Campo Grande, para denunciar que teve a casa destruída por um grupo de 45 pessoas.

Segundo detalhes do registro policial, o capitão estava em casa na madrugada de segunda, quando aproximadamente 45 pessoas destruíram o local, além de agredirem ele e os familiares. Uma das pessoas estaria armada, com uma arma de fogo.

O capitão chegou a revelar o nome de uma pessoa que teria ordenado e comandado o ataque. O caso foi registrado como lesão corporal dolosa na Delegacia de Polícia Civil de Amambai.

Conflito interno antes e depois da invasão

Durante o sepultamento do indígena Vitor Fernandes, que reuniu mais de 300 pessoas, as lideranças não pouparam o cacique da Aldeia Amambai, João Gauto. A reportagem apurou que Gauto já trabalhou para o proprietário da Fazenda Bordas da Mata.

Em conversa com lideranças que moram na Aldeia Amambai, a reportagem do Jornal Midiamax ouviu que descontentamento contra o cacique é geral. Segundo eles, sua permanência no cargo é considerada ilegítima.

“Sabemos que ele deu todas as informações para os policiais e também para os seguranças privados que estavam na fazenda”, disse uma das fontes. Ainda de acordo com essas mesmas lideranças, passada a comoção do sepultamento de Vitor, serão tomadas as providências necessárias para que ele deixe o comando da aldeia.

“Diante de tudo que aconteceu, se ele não renunciar, nós [tomaremos] as providências que forem necessárias para que ele seja afastado”, disse uma professora que trabalha na aldeia. Gauto assinou e encaminhou pedidos de providências à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e outros órgãos.

Segundo as peças, enviadas antes da invasão na fazenda e dos confrontos, havia um grupo que estaria causando desordem na aldeia, andando com armas brancas e armas de fogo e querendo invadir as terras em situação de violência.

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