Nesta quinta-feira (19), foi realizada a votação para escolha dos novos membros do da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Dois dias antes, o Jornal Midiamax chegou a noticiar denúncias de pressão e coação, além da suspeita de fraudes.

Entre os delegados, foram eleitos 10 membros – João Reis Belo, Ariene Nazareth Murad de Souza, Carlos Delano Gehring Leandro de Souza, Mário Donzete Ferraz de Queiroz, Wilton Vilas Boas de Paula, João Eduardo Santana Davanço, Jorge Razanauskas Neto, Rogério Fernando Market Faria, Adilson Stiguivits Lima e Marilia de Brito Martins. Os 4 suplentes são Ailton Pereira de Freitas, Fábio Peró Correa Paz, Clemir Vieira Junior e Nilson Fonseca Martins.

Para os delegados, foram 220 votos, nenhum branco ou nulo. Dos agentes de Polícia Judiciária seriam 5 representantes e 3 suplentes. Apenas 6 se candidataram e foram considerados aptos. Em ordem de votação – Greace Kally Simone Vedovato Esteves, com 143 votos, Merson Alem Blanco, com 84 votos, André Bello, 75 votos, Alex Candido Ferreira Severino, 55 votos, Cláudio Rogério Cabral Ribeiro, 52 votos e Márcio Alexandre da Silva Gualverto, 35 votos. 8 pessoas votaram em branco.

Peritos oficiais seriam 3 membros representantes e 2 suplentes. Apenas 3 peritos concorreram, sendo eles Alberto Grangeiro da Costa Junior, Helder Pereira de Figueiredo e Wedney Rodolpho de Oliveira. O mesmo número de membros que deveriam ser escolhidos se repetem para perito papiloscopista – sendo eleitos Antonio Marcos dos Santos Braga e Lidiane de Brito Curto.

Para agente de polícia científica apenas Leomar Pereira da Costa. A votação teve início às 9 horas e terminou às 17 horas.

Votação aconteceu nesta quinta (Foto: de França, Midiamax)

Votação online

Conforme a Polícia Civil, o agente especialista em crime cibernético Michel Weiler explicou sobre a segurança do sistema que garante a lisura do processo de votação. Segundo ele, não é possível vincular o voto computado ao eleitor.

Os e-mails foram enviados a todos os 2.295 policiais civis cadastrados. Conforme apurado pelo Midiamax, a votação aconteceu sem intercorrências ou alterações. Os membros eleitos – representantes e suplentes – vão compor o Conselho Superior da Polícia Civil entre 1º de junho de 2022 a 31 de maio de 2024.

Denúncia sobre réu por corrupção

Em grupos reservados de policiais civis no Telegram, por exemplo, delegados discutem e reclamam da candidatura de um colega que responde à ação penal desde 2017 após investigação do (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) flagrar indícios que apontam para a prática de corrupção ativa na delegacia onde ele atuava.

Segundo a denúncia acatada pela Justiça, a quebra de sigilo telefônico teria indicado que até o telefone da delegacia foi utilizado pelo delegado para ligar inúmeras vezes para esposa de um traficante preso com carro dublê, supostamente resolvendo os trâmites para receber propina.

‘Indefensável, mas aceitável para a PCMS'

Mesmo sendo réu no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o candidato foi considerado apto pela Comissão Especial Eleitoral a concorrer ao cargo de conselheiro no órgão mais importante da Polícia Civil de MS.

“É indefensável. Pode não ter enrosco jurídico porque a ação está enrolada, mas é moralmente vexatória essa situação. Todos sabemos que o cara foi pego depois de aprontar muito. Isso revela o que a cúpula atual considera aceitável para a PCMS”, reclama um dos colegas sobre a Comissão Eleitoral ter aceitado a candidatura.