Campo-grandense seria responsável por plano de resgate ao líder do PCC Marcola

Operação da PF que cumpriu mandados em MS desmantelou esquema

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Marcos Camacho, o Marcola (líder do PCC). (Foto: Adriano Machado)

Devanir de Lima Moreira, de 46 anos, conhecido como ‘Irmão Erê’ ou ‘Deva’, é apontado pela Polícia Federal e Depen (Departamento Penitenciário Nacional) como encarregado pelo plano de resgate de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. Deva é natural de Campo Grande e seria liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital) na Bolívia.

Em 2006, Marcola e Devanir cumpriram pena juntos no Presídio de Segurança Máxima de Presidente Venceslau 2, logo após a transferência de presos do PCC que deu origem aos ataques contra forças de segurança em São Paulo, que resultaram em 564 mortes.

Conforme o jornalista Josmar Jozino, o plano de resgate a Marcola, frustrado pela Operação Anjos da Guarda da Polícia Federal, teria importante participação de Devanir. A ação cumpriu mandados em 10 de agosto nas cidades de Santos (SP), Brasília (DF), Presidente Prudente (SP), Campo Grande e Três Lagoas.

Os criminosos agiriam como na tática do ‘Novo Cangaço’, armados com fuzis e explosivos, para garantirem o resgate de Marcola da prisão. Atualmente no Presídio Federal de Porto Velho (RO), Marcola questionou em junho sobre a ‘vinda do Dr. Alexandre’ no parlatório, cobrando que ele ‘viesse o mais rápido possível’.

Um mês e meio depois, ele voltou a usar a mesma mensagem em conversa com a esposa. A suspeita é de que o código ‘Dr. Alexandre’ seja usado para se referir a Devanir, conforme apurado pela Polícia Federal. A mensagem seria para colocar o plano de resgate em ação.

Campo-grandense já foi preso e condenado em MS

Em dezembro de 2002, Devanir participou do assalto em uma agência bancária de Ribas do Rio Pardo, quando o grupo criminoso roubou R$ 119 mil. Ele foi condenado a mais de 21 anos e também teria participado de assaltos em joalherias no interior de São Paulo.

Em 2009, Deva foi preso pelo Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), sendo beneficiado para regime semiaberto em 2015. Desde 2017 ele é considerado foragido. Ainda de acordo com investigações policiais, ele é apontado como uma das lideranças do PCC na Bolívia.

Advogada presa em operação contra o PCC

A operação Anjos da Guarda cumpriu três mandados em Mato Grosso do Sul, sendo um de busca e apreensão em Campo Grande contra um membro do PCC e dois mandados em Três Lagoas. Um dos mandados de prisão, que acabou na detenção da advogada.

Os planos de resgate com códigos foram quebrados em fevereiro de 2021, logo após a advogada de Três Lagoas, presa na operação Anjos da Guarda, sair de uma visita a um de seus clientes, Edras Augusto do Nascimento Júnior, uma das lideranças do PCC que estava encarcerado na penitenciária federal de Campo Grande.

A advogada de Três Lagoas, que estava com os códigos, foi presa pela Polícia Federal no dia 10 de agosto. Ela teve a prisão domiciliar concedida dias depois.