Câmeras apreendidas em lanchonetes eram usadas para filmar cunhada, diz comerciante

Suspeito relatou que atitude foi ‘arte de criança’ e diz estar arrependido

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Uma das câmeras apreendidas pela polícia, nesta segunda-feira (23)

Levado para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) na segunda-feira (23) após câmeras escondidas serem encontradas em seu comércio, empresário de 47 anos relatou que comprou os equipamentos em 2020. A intenção seria filmar a própria cunhada, no banheiro de casa.

Segundo relato do homem, ele estaria usando as câmeras na lanchonete, no Centro de Campo Grande, apenas entre 6 e 8 horas, período em que ele não fica no caixa. Ele confirmou, no entanto, que filmou a cunhada no banheiro da edícula de casa.

Com as câmeras instaladas, o filho da cunhada, um adolescente, também teria sido filmado, mas segundo o comerciante, sem intenção. O suspeito revelou que comprou as câmeras pela internet, aproximadamente dois anos atrás.

Neste período, as câmeras ficaram na casa do comerciante, no banheiro da cunhada, aos fundos da casa. Depois, resolveu usar as câmeras na lanchonete, no caixa e no banheiro feminino. O homem relatou que “está arrependido” e que teve essa atitude “por arte de criança”.

Ele disse ainda que tinha apenas curiosidade sobre como as câmeras funcionavam, sem intenção de divulgar ou vender as imagens. Há aproximadamente um mês, as câmeras já não funcionam mais, disse o comerciante no interrogatório, na Deam.

Denúncia e câmeras apreendidas

De acordo com a polícia, foram apreendidas uma câmera no banheiro da lanchonete, uma câmera que ficava abaixo do caixa, onde filmava as funcionárias de baixo para cima e uma terceira dentro do banheiro da própria casa do suspeito. Ainda segundo a polícia, no momento das apreensões, as câmeras não estavam ligadas.

Após a abordagem, na tarde desta segunda, ele foi levado à delegacia para prestar depoimento. Segundo a delegada, Ana Luiza Noriler, não houve situação de flagrante durante a diligência, e, por isso, ele prestou esclarecimentos e foi liberado. As duas funcionárias do local, de 33 anos, também foram ouvidas. “Foi feito a perícia e as apreensões”, disse a delegada.

A câmera que fica abaixo do caixa, de acordo com uma das funcionárias, foi descoberta na semana passada. E, no último sábado (21), o comerciante deixou o celular na lanchonete e viajou. O celular, é de uso comercial do local, segundo a trabalhadora.

As duas então viram os vídeos no aparelho, durante o sábado, não foram trabalhar nesta segunda-feira (23) e então acionaram a polícia. Ainda de acordo com uma das mulheres que trabalha no local, o comerciante possui três celulares.

Segundo ela, havia muitos vídeos do banheiro, no aparelho. “Nós ficamos assustadas, com vergonha. Vimos os vídeos de várias mulheres. Só não vimos os nossos”, disse. Ela conta que havia vídeos gravados desde 2018. A Polícia Civil segue em investigação sobre o caso.

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