A (Associação dos Municípios do Mato Grosso do Sul), após um caso de ameaça envolvendo a prefeita de Sidrolândia, (PP), nessa terça-feira (8), diz que repudia toda e qualquer conduta que se destine a cercear o pleno exercício dos direitos fundamentais à mulher, especialmente àqueles que visem o constrangimento do exercício de suas atribuições públicas e o cumprimento de seus deveres institucionais.

Em nota, o presidente da Assomasul, prefeito Valdir Couto de Souza Júnior, ressaltou que a associação achou necessário se pronunciar sobre o caso. Baseado no Estatuto Social e Regimento Interno, a Assomasul alegou que repudia as mais diversas formas de violência ocorridas nos espaços públicos contra à mulher, principalmente quando violam os postulados básicos da igualdade, liberdade e dignidade da pessoa humana, amplamente assegurados pela Constituição Federal e ordenamento jurídico brasileiro. 

Desta forma, a associação manifestou pleno apoio à prefeita Vanda Camilo e disse que espera que o responsável pelo cometimento de tais atos seja devidamente processado e responsabilizado. 

Boletim de ocorrência

A prefeita de Sidrolândia, cidade a 70 quilômetros de Campo Grande, Vanda Camilo (PP), procurou a delegacia onde fez um boletim de ocorrência contra o presidente do Beneficente Elmiria Silvério Barbosa, Jacob Breure, nessa terça-feira (08).

A prefeita, que foi presidente administrativa do hospital do município por 16 anos, foi proibida de entrar no local nesta terça, para entregar lembranças a pacientes, em alusão ao Dia Internacional da Mulher.

Consta no boletim de ocorrência que a prefeita retornou ao seu gabinete, de onde ligou para Breure após ser barrada e saber sobre a demissão da gerente administrativa, Eide França. “Eu fiquei mal quando soube da demissão dela”. Vanda conta que soube que a demissão da gerente seria pelo fato de ela permitir a entrada da prefeita na unidade hospitalar. Jacob também foi coordenador de campanha de adversário político de Vanda, nas última eleições. Mesmo assim, a prefeita diz que sempre tentou ter relacionamento cordial e institucional com o atual presidente do hospital.

Na ligação, de acordo com a prefeita, Jacob Breure a proibiu de entrar no hospital e ainda a ameaçou. “Você não sabe o que vai acontecer com você”, consta na ocorrência.

“Eu ainda senti um certo medo de estar na delegacia. Eu fico imaginando outras mulheres. Eu não queria estar aqui falando sobre isso, ainda mais neste dia. Ele é grosseiro, eu falei pra ele que o lugar dele não era ali”, disse a prefeita.

Presidente do hospital nega qualquer proibição a prefeita

Ao Jornal Midiamax o presidente do Hospital Beneficente Elmiria Silvério Barbosa, Jacob Breure, diz que é “pura invenção” a alegação da prefeita e ele também esteve na delegacia, para registrar queixa de injúria e difamação contra Vanda. “Houve uma mudança aqui na diretoria do hospital anteontem e a prefeita então me ligou, questionando essa troca. Eu expliquei a pessoa anterior estava deixando a desejar e por isso houve a mudança. Só que esta pessoa é um desafeto da prefeita e ela não gostou”, alegou. 

Durante a ligação, Jacob diz que falou para a prefeita sobre intervenções no hospital e ressaltou que, em momento algum, proibiu a prefeita de ir até o local. “A gente não interfere em nada no hospital. Temos um diretoria aqui para decidir e não acho que devemos dar explicações e é justamente isso que a prefeita não gostou. Estamos há 3 meses sem receber do município e a gente tem 500 mil em um fundo que ela [prefeita] não paga, além de outros recursos. Eu também não a proibi de vir aqui, tanto que ela postou vídeos nas redes sociais, entregando flores no hospital inteiro, no Dia internacional da Mulher”, finalizou.