Antes de ser morta por ciúmes, neta de cacique foi ameaçada por carta após ser estuprada
Neta de cacique foi estuprada por um dos filhos de uma das lideranças da aldeia
Thatiana Melo –
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A neta de cacique, Ariane de Oliveira Canteiro, de 13 anos, foi ameaçada de morte semanas antes de ser assassinada pelo ex-namorado de 17 anos em uma aldeia da cidade de Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande. O corpo foi encontrado em uma mata pelo pai da menina.
No dia 27 de agosto, a família de Ariane registrou um boletim de ocorrência de ameaças que a menina estava recebendo. Duas cartas escritas pelo filho de uma das lideranças da aldeia foram enviadas a Ariane. Segundo o registro da ocorrência, o autor jogou os bilhetes para a menina durante uma aula na escola.
Na carta estava escrito que a adolescente, que foi vítima de abuso, quase ‘jogou’ o irmão do autor da carta na cadeia porque o acusou de estupro. O bilhete dizia que era para a vítima ir com ele, e caso não fosse, a adolescente iria morrer e a mãe dela “iria chorar”. O rapaz ainda dizia que esperava pela resposta da adolescente.
No dia 28 de outubro de 2021, foi registrado um boletim de ocorrência por estupro. A menina teria acordado ao lado do suspeito na cama dele. Na época, ela disse que não se lembrava de muitas coisas, já que havia bebido.
O corpo de Ariane foi encontrado nesse domingo (11), em avançado estado de decomposição, sem roupas, pelo pai da menina. Devido ao estado do corpo não foi possível determinar se Ariane foi violentada sexualmente.
Assassinada por ciúmes
O delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados, Dermeval Neto, explicou que estiveram no local dois investigadores e uma escrivã. Ação contou com o apoio das lideranças da aldeia Jaguapiru.
Segundo o delegado, o crime foi tipificado como feminicídio e também ocultação de cadáver, uma vez que após ter matado a ex-namorada, o rapaz escondeu o corpo em uma área de mata nas proximidades da aldeia. “Ele confessou a prática do delito e disse que matou Ariane por ciúmes, mediante esganadura”, explicou Dermeval.
Ainda durante o depoimento, o assassino confesso disse estar arrependido e que não queria ter cometido o crime. Ele permanece apreendido em uma cela da Depac e aguarda decisão da Justiça ao pedido de internação provisória feito pelo delegado.
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