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Polícia

‘Vi uma das cenas mais horríveis da minha carreira’, disse PM sobre morte de enfermeira por BMW

Testemunhas contaram que enfermeira vinha tranquilamente na rua e que não percebeu quando foi atingida pela BMW
Arquivo -

Um dos policiais militares que estavam atrás de Wilson Benevides, que na noite do dia 24 de janeiro deste ano, acabou matando a enfermeira Carla Jaqueline de 40 anos, em um acidente no cruzamento da Rua Veridiana com a Avenida Heráclito José Diniz de Figueiredo, revelou ao juiz em audiência: “foi uma das cenas mais horríveis que vi na carreira”.

O policial detalhou que na noite do acidente estava na região conhecida como ‘Beco do Imperial’, onde sempre havia tráfico de drogas, quando a sua guarnição viu a BMW passando em alta velocidade. Eles estranharam já que por conta da pandemia não havia carros na rua devido ao toque de recolher.

Nesse momento, os militares resolveram ir atrás do carro, que estava a mais de 100 Km/h. Quando chegaram na avenida, o relato é que flagraram um tumulto, sendo que um veículo estava parado do outro lado da via, e mais a frente a BMW que tinham avistado já na calçada. “Aceleramos. Fomos e o acusado estava saindo do carro. Fizemos a abordagem, pedimos pra que os outros dois descessem, eles desceram, e até então a gente não tinha percebido o acidente, nós achamos que eles tinham perdido a direção, por conta da velocidade que eles estavam na via”, falou o militar.

Só quando deram volta e foram para a frente do veículo é que perceberam haver uma motocicleta presa embaixo da BMW. “Tinha apenas o quadro da moto que entrou no motor do veículo, e aquilo nos assustou. Foi quando nós olhamos pra trás e o pessoal fazia gesto, e eu desloquei até lá, e quando eu cheguei lá, infelizmente vi uma cena das mais horríveis da minha carreira. Tinha uma senhora no chão, toda esfacelada”, disse o policial em seu depoimento.

Segundo relato do policial, em outro carro parado na via, um rapaz afirmou ter presenciado tudo e afirmou que a BMW vinha no sentido contrário ao deles, e que a moça seguia ‘tranquilamente’ na região bairro-centro, e que ela provavelmente ‘nem percebeu’ quando o Wilson, com a BMW colidiu de frente com ela, a arremessando a quase 10 metros. Ela ainda ‘voou’ por cima do carro da testemunha.

Durante seu depoimento, Wilson confirmou que havia ingerido bebidas alcoólicas, mas argumentou que estava em alta velocidade por fugir de uma perseguição policial. É com base nesse relato que a defesa de Wilson pediu pela absolvição do réu alegando que o acidente aconteceu por causa da perseguição policial antes dos fatos. Mas, o (Ministério Público Estadual) pediu pelo indeferimento de todos os pedidos feitos de revogação da prisão preventiva como também da absolvição pela defesa.

A manifestação do MPMS foi publicada no último dia 6 deste mês pelo procurador de Justiça Criminal, Evaldo Borges Rodrigues da Costa. 

Denúncia do MPMS

O MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) ofereceu denúncia contra o réu por homicídio qualificado por agir com a intenção de assegurar a impunidade de outro crime, pelo emprego de perigo comum e pelo uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.

Na ação, o promotor de Justiça,  Douglas Oldergado Cavalheiro, afirmou que Wilson, ao “conduzir automóvel sem habilitação, embriagado, com velocidade excessiva no sentido contrário ao fluxo de direção de via aberta ao passeio e ao tráfego público, realizando ultrapassagem proibida, colocou em risco número indeterminado de pessoas, praticando, portanto, o delito com emprego de perigo comum”.

Interrogado pela Polícia Civil, o motorista confirmou estar com a documentação do veículo BMW, com placas de São Paulo, atrasada em aproximadamente R$ 15 mil e, por isso, fugiu ao ver a viatura da Polícia Militar.

Acidente

O condutor também contou comemorar seu aniversário no dia 24 à tarde e teria ido ao Autódromo de , onde ingeriu bebida alcoólica e fez uso de maconha. Ele confirmou que seguiu depois até uma tabacaria, onde bebeu mais. Depois, quando levava o colega embora, viu a viatura da PM e fugiu por conta da documentação atrasada.

Os militares iniciaram acompanhamento tático, quando perderam o veículo de vista. Então, ao chegar no semáforo na rua Veridiana, o condutor da BMW acessou a contramão da via, onde ainda trafegou por cerca de 400 metros, quando atingiu frontalmente a Honda Biz, conduzida por Carla.

A vítima chegou a ser lançada a cerca de 10 metros da colisão e morreu no local. Já a Biz foi arrastada por cerca de 100 metros, permanecendo presa à BMW. O condutor ainda tentou fugir, mas colidiu contra o meio fio e parou. Ele fez o teste do bafômetro, que apontou 0,57mg/l.

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