Foi a júri popular na quarta-feira (16) Willias Alves de Arruda, de 35 anos, acusado do assassinato do tio Severino Alves de Moura, ex-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Aquidauana. O crime aconteceu em dezembro de 2017, quando a vítima teria sido torturada, morta e carbonizada pelo sobrinho na zona rural de Anastácio, a 134 quilômetros de Campo Grande.

O julgamento teve início às 9 horas e só terminou à noite. O conselho de sentença, por maioria de votos declarados, reconheceu a materialidade e autoria do homicídio, mas acolheu a tese de homicídio privilegiado, ou seja, cometido sob injusta provocação. Willias alegou que o tio o afrontou e ofendeu antes do crime.

Os jurados também condenaram o réu pelo crime de destruição de cadáver. Pelo homicídio, Willias foi condenado a 4 anos, 9 meses e 18 dias de reclusão e pelo segundo crime, a 1 ano e 10 dias-multa. Preso desde o dia 14 de dezembro de 2017, um dia após o crime, Willias foi condenado cumprir a sentença em regime aberto.

Com isso, ele teve a prisão preventiva revogada e o alvará de soltura expedido. Em março deste ano, Willias teve a prisão revisada e mantida, considerando a garantia da ordem pública, já que o réu apresentava “nível elevado de periculosidade”. Para o juiz, não era cabível na época a substituição da prisão por domiciliar ou outra medida cautelar diversa da prisão.

Relembre o caso

Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), por volta das 21 horas do dia 13 de dezembro de 2017, o veículo em chamas foi encontrado na BR-419, com o corpo da vítima no interior. Foi acionada Polícia Civil e PRF (Polícia Rodoviária Federal), além da Perícia.

Durante as diligências, já na manhã do dia 14 de dezembro, os policiais foram até a propriedade rural de Willias, sobrinho de Severino. Uma testemunha revelou que na tarde do dia 13 viu um veículo idêntico ao da vítima naquele local, saindo já por volta das 19 horas. No momento em que saíam da propriedade, os policiais abordaram Willias, que dirigia uma branca.

Willias ainda tentou fugir da polícia, mas foi algemado e detido. Nas investigações, foi apurado que ele matou o tio por causa de um problema envolvendo a construção de uma cerca na propriedade rural. Na época do crime, foi apontado pela polícia que havia indícios de que Severino tinha sido torturado. Algumas testemunhas também confirmaram que viram Willias agredindo o tio a socos.

O acusado foi indiciado pelo homicídio qualificado por motivo fútil e pelo emprego de fogo.