Seis mulheres e um homem foram escolhidos para o julgamento da tenente-coronel da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) Itamara Romeiro Nogueira, que acontece na manhã desta quarta-feira (23), em Campo Grande. Ela é acusada de matar a tiros o marido também militar Valdeni Lopes Nogueira, morto em 2016.

Segundo a acusação, o major foi executado pelas costas pela esposa e que será provado durante o julgamento de Itamara, que acontece quatro anos depois do crime. “Uma vida se foi e uma família chora há muito tempo”, disse o advogado de acusação. 

Já para a defesa, Itamara se defendeu de ser agredida novamente pelo marido, que no dia do crime havia batido na oficial. “Esse julgamento será um marco para a sociedade, para mostrar que a mulher precisa reagir”, disse o advogado. Ainda segundo Rosa será demonstrado que Itamara era vítima de agressões constantes do marido, que tinha uma vida boêmia, segundo Rosa. 

Para este júri, foram impostas algumas regras. Foi limitada a presença de 10 pessoas em plenário, sendo cinco familiares da oficial e cinco da vítima. Está proibida a entrada de pessoas usando roupas que possam influenciar os jurados durante o julgamento de Itamara, como também está limitada a entrada da imprensa no plenário. Dois policiais devem fazer a segurança no local.

O esquema montado é devido à grande repercussão que o caso tomou na época, quando a oficial matou o marido na garagem de casa a tiros, durante uma discussão.

Relembre o crime

Durante uma briga, a tenente-coronel efetuou dois disparos contra o marido. O major Nogueira chegou a ser levado para a Santa Casa com um ferimento do tórax, mas não resistiu. Em dezembro de 2016 a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o homicídio e comprovou a versão apresentada por Itamara, a de legítima defesa.

Para a polícia, a policial, que chegou a participar de uma reconstituição do crime, afirmou estar sendo agredida pelo marido e que no momento em que ele saiu para buscar a arma no carro, ela reagiu. No dia do crime, Itamara foi presa em flagrante, mas acabou liberada logo em seguida e, desde então, responde o processo em liberdade.