Em dezembro de 2009, quadrilha especializada em traficar drogas do Paraguai e Bolívia e levar a outros estados, principalmente o Rio de Janeiro (RJ), foi alvo da Operação Litoral. Nesta segunda-feira (17), pouco mais de 11 anos depois, o grupo voltou a ser alvo da Polícia Federal, por ter voltado a atuar no tráfico internacional de drogas.

O inquérito policial da PF datado de 2009 termina com a representação dos acusados, presos posteriormente na operação. São eles Francisco Humberto Winckler Benites, que foi executado em Pedro Juan Caballero (PY) em 2017, Robinson Roberto Ortega, Rudney Gonçalves Franco, Luciano Saravy Guimarães, Willian Santos Salles, Antônio Navarro da Silva Júnior, Raquel dos Santos Brites, Hugo Maxuel Munhoz e Amauri Aparecido da Silva.

Conforme detalhado pela polícia, a Operação Litoral teve início em março de 2009, com base em informações da Inteligência Policial da Superintendência Regional. Foi descoberta a quadrilha voltada para o tráfico de drogas com base em Campo Grande, sendo que o entorpecente era comercializado especialmente no Rio, além de outros estados.

As investigações resultaram em prisões em flagrante e também apreensões de grandes carregamentos de droga, bem como na operação realizada nesta segunda-feira. Na Operação Fênix, foram 8 pessoas presas e 2 seguem foragidas. Também foram apreendidos 20 veículos e 3 motocicletas, além de R$ 45 mil.

Além de retomar a atividade no tráfico de drogas, o grupo também passou a lavar dinheiro comercializando e financiando veículos em garagens ‘laranja’. A PF aponta que grande parte do grupo investigado na operação atual também integrava a organização criminosa presa em 2009.

Naquele ano, escutas telefônicas possibilitaram identificar a comunicação entre os acusados, inclusive sobre as prisões em flagrante e apreensões dos carregamentos. Assim, também foi estruturada a forma como a quadrilha agia, com responsáveis pela compra da droga no país vizinho, outros pelo transporte, outros pela logísticas, outros ainda por conseguirem os caminhões para que a droga fosse traficada.

Em uma das ligações flagradas pela polícia, um dos líderes da quadrilha se mostrava preocupado com possíveis delações após as prisões em flagrante. O grupo chegou a ser condenado após a operação, mas já cumpria pena em regime semiaberto.

Operação Fênix

Nesta segunda-feira, 130 agentes federais foram empenhados na ação, para cumprirem 30 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão preventiva, dos quais 2 continuam em aberto. A quadrilha agia nos mesmos moldes como em 2009 e durante as investigações foram aproximadamente 21 toneladas de maconha apreendidas.

Também chegaram a ser presas 18 pessoas por tráfico de drogas. Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Federal de Campo Grande e cumpridos na Capital e em Ponta Porã. Ainda foi solicitado sequestro e indisponibilidade de bens móveis e imóveis e valores financeiros relacionados aos membros da organização criminosa.