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Polícia

Presa no ciclo da violência, Felipa reatou com marido após ele a agredir e ser preso

Ela estava desaparecida e foi encontrada morta e enterrada
Arquivo -
Corpo da vítima foi encontrado enterrado no quintal
Corpo da vítima foi encontrado enterrado no quintal

Em outubro de 2020, o então marido de Felipa Monero Ojeda, de 33 anos, foi preso em flagrante por vias de fato, qualificada por violência doméstica. O casal terminou, mas a vítima acabou reatando com o homem, que agora é o principal suspeito de assassinar e enterrar Felipa, encontrada morta na tarde desta quinta-feira (20), em Ponta Porã, a 346 quilômetros de .

Conforme a delegada Mariane Cristine, titular da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Ponta Porã, o casal estava junto há aproximadamente dois anos e meio. O marido de Felipa já tinha outras passagens por violência doméstica, desde 2012, bem como Felipa também tinha denúncias por violência doméstica anteriores, contra outra pessoa.

Em um relacionamento conturbado, conforme relatado por pessoas do convívio do casal, outros casos acabaram chegando ao conhecimento da polícia. Segundo a delegada Mariane, Felipa denunciou o marido duas vezes. Na segunda, em outubro de 2020, ele foi preso em flagrante por vias de fato, qualificada pela violência doméstica.

O casal terminou o relacionamento, mas acabou reatando. Sem notícias de Felipa desde o dia 16 de maio deste ano, a família acabou procurando a polícia no dia 20 de julho, quando foi registrado o boletim de ocorrência pelo desaparecimento. Nesta quinta-feira, o corpo foi encontrado, enterrado no quintal da casa que seria do então marido de Felipa.

Ele ainda não foi localizado pela polícia e, como o corpo estava em avançado estado de decomposição, foram solicitados exames de perícia para comprovar a identificação da vítima. Mesmo assim, a família já reconheceu que se trata de Felipa, por conta de tatuagens que ela tinha pelo corpo. O caso é inicialmente investigado como feminicídio e ocultação de cadáver.

Desaparecimento

Em depoimento, a irmã de Felipa contou que seu irmão foi até a casa da vítima para saber sobre seu paradeiro. Na ocasião, ele teria conversado com o de Felipa, que relatou, primeiramente, uma viagem dela para Naviraí. Após esse episódio, ainda sem notícias, o irmão retornou à residência do homem a procura da mulher.

O ex-marido de Felipa chegou a prestar depoimento na época, afirmando que ela teria chegado em casa e logo depois subido em uma camionete, que ele não conseguiu ver quem estava na direção indo embora em seguida. O homem está foragido desde o achado do corpo de Felipa e as polícias brasileiras e paraguaias procuram por ele.

Ciclo da violência doméstica

O caso de Felipa, assim como de muitas mulheres vítimas da violência doméstica, acabou se enquadrando em um ciclo, identificado em pesquisas pela psicóloga norte-americana Lenore Walker. O ciclo consiste em três fases, sendo o primeiro o aumento da tensão, depois a fase do ato da violência e, por fim, o arrependimento e comportamento carinhoso.

Muitas vezes, nos casais que passam por situação de violência doméstica, a mulher acaba desculpando o agressor. O momento em seguida, antes do próximo conflito, é como uma ‘lua de mel’.

Na primeira fase do ciclo, o homem externa a violência e raiva de outras formas, como socos na parede ou quebrando objetos. Na segunda, ele desconta a situação com a violência contra a companheira. Já na terceira, o falso arrependimento, quando o homem pede desculpas e diz que vai melhorar, vai mudar, e, muitas vezes, acaba convencendo a vítima, até que o ciclo se repita.

Mesmo após a prisão do marido por agressões, Felipa acabou reatando, possivelmente acreditando em uma mudança por parte do parceiro. Isso muitas vezes acontece por medo e também pelo falso arrependimento que o homem demonstra.

Felipa é a 26ª vítima de feminicídio em só neste ano. O crime aconteceu no mês marcado pela campanha de combate à violência doméstica, o ‘Agosto Lilás’.

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