Imagens de câmeras de segurança da Avenida Eduardo Elias Zahran devem ser analisadas pela Polícia Civil, para identificar se o policial militar de 29 anos realmente fazia manobras perigosas com o carro ou dirigia em alta velocidade. Ele se envolveu em uma briga com um agente penitenciário na manhã desta sexta-feira (30) e teve o carro atingido por um tiro.

Conforme o delegado Nilson Friedrich, da 4ª Delegacia de Polícia Civil, serão recolhidas imagens de câmeras de segurança, para que o trajeto percorrido pelo policial militar seja analisado. Na versão do agente, ele teria atirado após abordar o policial militar, que estaria dirigindo perigosamente e apontando a arma de fogo.

Os dois envolvidos e uma testemunha foram ouvidos na delegacia. O PM, que se recusou a fazer o teste de bafômetro, foi levado ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde passou por exames que não constataram ingestão de álcool ou entorpecentes. Ele foi ouvido e liberado, mas autuado por trafegar em velocidade incompatível com a segurança.

Já o agente penitenciário foi autuado em flagrante pelo disparo de arma de fogo, mas pagou fiança e também foi liberado. O valor da fiança não foi informado pelo delegado.  

Versões do caso

O agente penitenciário contou que estava seguindo para o serviço, fardado, quando perto do Hemosul viu o motorista do Argo apontando uma arma de fogo para outros motoristas. O policial ainda estaria dirigindo de “forma anormal”, furando sinal vermelho e fazendo manobras perigosas.

Por conta disso, o agente teria acionado a Polícia Militar pelo 190, informando os fatos. Em determinado momento, o carro dele emparelhou com o Argo, por conta do congestionamento. O agente viu o policial colocar a mão na perna e retirar uma arma de fogo, momento em que ele teria se identificado como ‘polícia’.

O agente então, conforme o relato dele, sacou a arma de fogo e foi em direção ao Argo, momento em que o motorista, ainda sem se identificar como PM, teria também apontado a arma em direção ao agente. O agente foi para trás do carro do policial e fez um disparo, quando o PM então se identificou e colocou a arma no banco do passageiro.

Assim, o agente pediu que ele colocasse as mãos para fora do veículo, o que foi feito. De acordo com o agente penitenciário, o policial estava bastante alterado. Ele foi contido até a chegada da viatura. Já na versão do policial militar, ele dirigia devagar, por conta do congestionamento, e em determinado momento ouviu o barulho do tiro.

Depois do barulho, ele viu o vulto do projétil, passar perto do peito dele. Foi quando o militar viu o homem armado do lado de fora do carro, se identificando como “polícia”. Então, ele também se identificou e foi retirado do carro, “jogado no chão e algemado”, segundo relato dele. O militar alega que estava com a arma na cintura o tempo todo.