A Polícia Federal apreendeu duas armas de fogo e munições durante a Operação Mercês, deflagrada, na manhã desta terça-feira (19), para desarticular esquema de compra de votos em Corumbá, a 429 quilômetros de Campo Grande. Servidores municipais e membros do Legislativo Municipal são alvos da ação.
De acordo com o jornal Diário Corumbaense, além das armas, também foram apreendidos mídias de computador e uma pessoa foi encaminhada para assinatura de um termo circunstanciado e posteriormente foi liberada. Os crimes investigados teriam ocorrido nas eleições de 2020.
Ao todo, foram expedidos sete mandados de busca e apreensão para investigar uma organização criminosa que teria usado a máquina pública em troca de votos. A Câmara Municipal disse que em nada tem a ver com a ação e que os alvos são pessoas físicas suspeitas de crimes.
Em nota, a Prefeitura de Corumbá disse que até o final desta manhã não havia recebido nenhum comunicado formal sobre os objetivos da referida operação, mas que, mesmo assim, está à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento que seja necessário. “O prefeito Marcelo Iunes — que não é alvo da ação e cumpre agenda institucional em Campo Grande — reitera seu compromisso com a transparência, o respeito ao erário público e à população corumbaense”, lê-se na nota.
Mercês
O termo “mercês” advém do latim e sintetiza o modo de funcionamento da prática eleitoreira clientelismo, observada nesta investigação. Por meio da troca de favores, ou troca de mercês, os investigados utilizaram a máquina pública, que deveria servir tão somente ao povo, para angariar apoio político para suas próprias candidaturas ou de terceiros.
