Agente de medidas socioeducativas que atuava em uma (Unidade Educacional de Internação) de Três Lagoas, a 324 quilômetros de Campo Grande, responde a processo por improbidade administrativa após usar a máquina pública para conseguir a transferência de um interno ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital). O servidor estava se relacionando com a companheira do interno e, por este motivo, queria que o mesmo fosse levado para longe.

Consta que o agente era conhecedor dos procedimentos e, por este motivo, sabia exatamente o que fazer. Segundo a ação civil oferecida pelo (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), ciente de que o relacionamento com a esposa de um integrante do PCC havia sido descoberto, o servidor e a mulher elaboram um plano para obter a transferência, mesmo sabendo que acusariam o interno de algo que ele não fez.

Assim, usando nome de terceiro, o casal cadastrou um chip telefônico e passou a proferir ameaças de morte por mensagens contra uma juíza local. Além disso, encaminharam uma denúncia falsa ao Ministério Público informando que o interno do PCC estava tendo acesso a drogas e celulares. Por este motivo, foi realizada uma operação na Unei, oportunidade em que foram encontrados alguns objetos ilícitos e o reeducando foi transferido para Dourados.

Ocorre que, meses depois, o advogado do interno entrou com recurso, solicitando retorno para Três Lagoas. No entanto, antes que a juíza se manifestasse sobre o caso, ela foi novamente ameaçada, desta vez com pichação do muro de sua residência por supostos membros da facção. Foi então instaurado inquérito policial que acabou descobrindo as farsas armadas pelo agente.

O processo segue em tramitação. No mais recente despacho, a juíza Aline Beatriz de Oliveira Lacerda, da Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos de Três Lagoas, designou para o dia 23 de fevereiro, às 16 horas, audiência para oitiva de testemunhas.