Identificado como Cezar Antunes de Lima, de 36 anos, o homem morto em confronto com policiais civis no fim da manhã desta sexta-feira (14) já tinha várias passagens. Atualmente, ele estaria cumprindo pena em regime semiaberto e já foi preso e julgado por um homicídio, crime cometido em 2003, em Campo Grande.

Na ficha criminal de Cezar, constam o homicídio, também investigações de roubo feitas pela Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos), entre os anos de 2003 e 2005. Consta que Cezar foi preso, cumpria pena em regime fechado e em 2013 teve progressão de regime para o semiaberto.

A pena de Cezar seria cumprida no dia 11 deste mês, na última terça-feira. No entanto, ele teria parado de cumprir o regime semiaberto, estando foragido. Em dezembro de 2019 foi cumprido novo mandado de prisão, de recaptura, tendo o réu sido encaminhado para o Presídio de Segurança Máxima.

No entanto, ele já estaria cumprindo regime semiaberto novamente.

Confronto e morte

No fim da manhã desta sexta-feira (14), enquanto estava na pensão em que alugava um quarto, no Jardim Jóquei Club, Cezar foi surpreendido pelos policiais da Derf. A princípio, a abordagem está relacionada às investigações da morte da artista plástica Catarina Marquesi Moreira, de 72 anos, crime ocorrido em 4 de maio.

Cezar teria sido o homem que entrou na casa da vítima e a agrediu com um soco, mas a polícia não confirmou os fatos e o caso segue em investigação. Há também informação de que outras pessoas estão envolvidas no crime, que entre ontem e hoje resultou em uma prisão e na morte de Cezar.

Quarto de Cezar na pensão (Foto: Leonardo de França)

Ao Midiamax, a proprietária da pensão contou que Cezar estava ali há aproximadamente duas semanas, sendo que nesta sexta-feira os policiais civis chegaram perguntando por ele. Ela permitiu a entrada e os agentes foram ao quarto de Cezar, quando houve o confronto e ele foi atingido pelos tiros.

Corpo de Bombeiros foi acionado, mas o homem não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Foi feito trabalho de Perícia e materiais foram levados para a Derf, bem como uma testemunha.

Morte de Catarina

O crime, que é classificado como uma tentativa de latrocínio, uma vez que não teria ocorrido roubo de objetos, aconteceu em 4 de maio, na residência em que a vítima vivia com o marido de 74 anos, no Monte Castelo. O marido da vítima estava no andar de cima da residência na hora do crime. O delegado Reginaldo Salomão, da Derf, relatou que o casal tinha uma rotina e que não descartava, mas também não acredita que algum familiar esteja envolvido no crime.

O marido de Catarina tem problemas auditivos e não teria ouvido ou presenciado o caso. O delegado chegou a conversar com o idoso no local e pode confirmar o problema na audição da testemunha. Ele ainda foi quem encontrou a vítima, conforme o delegado. Ao encontrar a esposa, que ainda agonizava, o idoso tentou ligar para o filho, mas não conseguiu, pois estava muito nervoso e em choque.

Ele então conseguiu depois ligar para o genro, que foi ao local com a filha de Catarina. Eles acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas a vítima não resistiu ao ferimento. Foi apurado que Catarina teria tentado se esconder ao flagrar o bandido em seu ateliê, mas ele ainda foi atrás dela e chegou a arrombar uma porta de um imóvel onde ela estava.

Em seguida, a mulher teve mãos e pernas amarrados e foi agredida com um soco, que acabou resultando na morte da vítima. A polícia acredita que o bandido procurava por algum cofre, que poderia estar escondido atrás dos quadros, já que o cômodo foi revirado. No entanto, o casal vivia de maneira simples, sem itens luxuosos ou caros na residência.