Membro de quadrilha libanesa que traficava cocaína internacionalmente se entrega em MS

No início de fevereiro, Tenilas Rocha Dias, de 39 anos, se entregou à Polícia Civil em Amambai, cidade que fica a 352 quilômetros de Campo Grande, por conta de mandado de prisão em aberto, expedido pela 7ª Vara Federal de São Paulo. Tenilas já teve comércio em Campo Grande, época em que foi preso na […]

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No início de fevereiro, Tenilas Rocha Dias, de 39 anos, se entregou à Polícia Civil em Amambai, cidade que fica a 352 quilômetros de Campo Grande, por conta de mandado de prisão em aberto, expedido pela 7ª Vara Federal de São Paulo. Tenilas já teve comércio em Campo Grande, época em que foi preso na Operação Kolibra, da Polícia Federal.

O mandado de prisão foi expedido em julho de 2020, com validade até 2030. No dia 8 de fevereiro, Tenilas se apresentou na delegacia e a Justiça permitiu o ingresso no sistema prisional local. Apesar disso, há informação de lotação no presídio de Amambai e a acusação pediu transferência para outra unidade.

Já a defesa do réu pediu progressão do regime para semiaberto e, se possível, permanência em Amambai. Ainda não há decisão judicial. A condenação de Tenilas da qual trata o mandado de prisão foi de 6 anos e 8 meses, dos quais ele já teria cumprido 2 anos e 1 mês em regime fechado, durante a prisão preventiva.

Tenilas é alvo da Operação Kolibra, da Polícia Federal, que gerou 19 processos. Durante a operação, em janeiro de 2007, ele foi preso em Campo Grande, onde na época tinha uma loja na Rua Euclides da Cunha. Ele conseguiu liberdade e novo mandado foi expedido em 2020. Outros 21 réus também foram presos na operação, dos quais vários já foram absolvidos.

O Midiamax entrou em contato com o advogado criminalista Marcos Patrick Resende, que atua na defesa de Tenilas. Ele afirmou que “Em nome do sigilo processual, não temos nada a declarar por hora, mas no momento oportuno informaremos, pois o processo tramita em segredo de justiça”.

Operação Kolibra

A Operação Kolibra teve início em janeiro de 2005 depois do envio ao Brasil de informações de inteligência da polícia alemã, que demonstravam a existência de libaneses radicados no Brasil operando um esquema de tráfico internacional de drogas.

Durante dois anos de monitoração telefônica, a PF apurou que Joseph Nour Eddine Nasrallah, o Sheik, era um dos líderes da organização no Brasil. Jamal Hassan Bakri e Hamssi Taha são apontados no inquérito policial como seus principais auxiliares. Jamal era responsável pela logística, enquanto Hamssi era quem cuidava da parte administrativa, participando ativamente também nas negociações para aquisição da droga.

A PF descobriu que a quadrilha adquiria cocaína em países vizinhos ao Brasil e exportava para Estados Unidos, Portugal, Espanha, Inglaterra, Alemanha, Suíça e no continente africano. Para realizar o transporte do entorpecente, eram usados contêineres levados para o exterior em navios cargueiros.

A investigação, feita pela Polícia Federal em cooperação internacional com a polícia da Espanha, Portugal e da Bélgica, prendeu 54 pessoas que tinham ligação com a quadrilha e apreendeu, aproximadamente, 3,4 toneladas de cocaína. A estimativa é que o grupo criminoso tenha movimentado mais de 1 milhão de Euros e 800 mil dólares, destes quase 400 mil Euros e 600 mil dólares foram apreendidos durante a operação.

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