Na tarde desta quinta-feira (11), foi determinada instauração de incidente de insanidade mental para Clarice Silvestre de Azevedo, de 44 anos, acusada de assassinar o chargista Marcos Antônio Rosa Borges. O crime aconteceu em novembro de 2020, quando a massagista teria assassinado Marcos por ele não assumir oficialmente o relacionamento que mantinha com ela.

A determinação do juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, foi de instaurar em apartado o incidente de insanidade mental, que tramitará em segredo de justiça. Já sobre o processo que trata do , o juiz indeferiu pedido da Defensoria Pública de colocar em segredo, já que isso iria contra as hipóteses legais.

A defesa incluiu no pedido, para alegar insanidade mental da ré, parecer médico de uma psicóloga que atendeu Clarice no Irmã Irma Zorzi, em . A médica relata que a ré tem dificuldade de estabelecer contato ativo com a realidade, sente culpa e vergonha.

Também é considerada “condição psicológica primitiva”, afirmando que a massagista tem uma impulsividade associada à falta de amplitude interpessoal, impulsos agressores e hostis. A defesa chega a pedir a absolvição ou impronúncia da ré, mas tais fatos ainda não foram decididos pelo magistrado.

Homicídio e ocultação de cadáver

A denúncia foi apresentada em 2 de janeiro pelo MPMS. Conforme o relato, na manhã de 21 de novembro de 2020, Clarice matou Marcos na casa, no Bairro São Francisco. Com a ajuda do filho João Victor, ainda destruiu e ocultou o cadáver da vítima.

O relato na denúncia é de que Marcos era cliente da massagista Clarice e mantinha um relacionamento amoroso com ela. No entanto, ele não queria assumir a relação oficialmente, o que incomodava Clarice. No dia do crime, eles combinaram uma massagem e a vítima foi até a casa da autora.

Após a massagem, Marcos foi tomar banho na parte de cima da casa de Clarice. Ao sair, os dois começaram a discutir sobre o relacionamento e Clarice empurrou a vítima da escada. Em seguida, esfaqueou o chargista, o atingindo nas costas e tórax. A denúncia aponta que Marcos permaneceu agonizando no local e Clarice colocou um lençol sobre o corpo dele.

Ela saiu para comprar sacos de lixo, já com a intenção de ocultar o cadáver da vítima e ligou para o filho. O rapaz foi até a casa da mãe e os dois cortaram o corpo de Marcos em várias partes, lavaram e colocaram em sacos e depois em malas de viagem. Mãe e filho levaram o corpo da vítima até o Jardim Tarumã, após pedirem por um aplicativo.

Eles esconderam as malas, esperaram até a madrugada e atearam fogo. Clarice saiu da cidade e só foi presa em São Gabriel do Oeste. Após a prisão, ela confessou que agiu por ódio vingativo e ciúmes da vítima, porque queria que o relacionamento fosse oficializado.

Clarice foi denunciada por homicídio triplamente qualificado, por meio cruel, motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, além da destruição e ocultação de cadáver. O filho foi denunciado pela destruição e ocultação de cadáver.