‘Estamos perdidos’, diz governador após morte de filha em chacina na fronteira de MS
Ronald Acevedo negou que filha namorava Bebeto, suposto alvo da chacina
Arquivo –
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“Minha filha estava no lugar errado e com a pessoa errada”, disse nesta terça-feira (12) o governador do departamento de Amambay, no Paraguai, sobre a morte de sua filha, Haylee Acevendo na chacina ocorrida no último sábado (9) em Pedro Juan Caballero. Ele ainda afirmou que sua filha não era namorada de Bebeto e confessou não ter esperança que os casos de ataques de pistoleiros sejam solucionados pela polícia paraguaia.
Em entrevista ao ABC Color, Ronald Acevedo explicou que no dia do crime Haylee jantou com a família e saiu para ir a um bar conhecido na cidade, mas acabou indo ao aniversário de uma amiga que cursava medicina com ela.
Ele também comentou que sabia que a jovem conhecia e fazia parte do círculo de amigos de Osmar Álvarez, o ‘Bebeto’, suposto alvo dos pistoleiros por, segundo a Polícia Nacional, ter conflitos com narcotraficantes da região fronteiriça.
Quanto à criminalidade em Amabay, Ronald disse que é quase impossível reconhecer quem faz parte de grupos como o que matou sua filha. “Nossos filhos estão nas mãos deles”, afirmou.
Ainda segundo o site local, o governador indicou que já havia entrado em contato com a Polícia Nacional e com o Ministério do Interior para relatar preocupação com o avanço da criminalidade. Eçe comentou que não há recursos para compra de armas, coletes a prova de balas ou barcos- patrulha.
“Já estamos perdidos, derrotados. Hoje foi a minha vez, amahã pode ser qualquer um. Isso ocorre porque els podem portar arma”, afirmou. Acevedo também relatou precisar de apoio para ações policiais de rotina. “Quando realizamos operações, procuradores e policiais vêm de Assunção, nunca são daqui. Você pergunta e eles dizem que têm medo de agir. Todos nós estamos com medo”, finalizou.
O governador da província disse que espera ter o crime solucionado em breve, e que será um alívio, já que não trará sua filha de volta. “Quero que o caso seja esclareicdo, sei que vai me dar muita tranquilidade quando os responsáveis pagarem por isso”, afirmou.
“Briga interna”
O subcomandante da Polícia Nacional do Paraguai, coronel Gilberto Fleitas, afirmou ao ABC Color que não há relação da chacina com outros ataques acontecidos na fronteira, em referência à morte do vereador de Ponta Porã Farid Affif, também no sábado (9).
Conforme apurado pela Futura Fm, de Amambay, a residência fica na colônia Cerro Cora’i, e está há uma quadra da fronteira. Segundo o chefe policial da operação, todos são brasileiros.
O atentado que matou quatro pessoas estaria relacionado a um conflito interno entre ‘Bebeto’ – Osmar Vicente Álvarez Grance -, uma das vítimas, e um grupo dedicado ao narcotráfico no Brasil. “Seria mais uma questão interna ligada ao mercado brasileiro. Haveria um confito com esta pessoa, Bebeto”, afirmou.
A caminhonete foi localizada em uma estrada vicinal na Colônia Virgen de Caacupé, após moradores acionarem a polícia. Chegando ao local, os policiais verificaram que o veículo tinha características similares ao que teria sido utilizado no atentado e foi identificado durante as investigações.
O diretor da polícia de Amambay Carlos Miguel López Russo, foi pessoalmente ao local do achado. A caminhonete tem placa brasileira e trata-se de uma Toyota Hilux, ano 2014/2015, da cidade de Bauru-São Paulo.
O veículo foi encontrado horas depois de membros da equipe de investigação afirmar que tinham fortes indícios para esclarecimento do crime, mas que não daria maiores informações para não atrapalhar o andamento.
Carro furtado
O carro utilizado pelas vítimas da chacina tem placas da cidade de Navegantes, em Santa Catarina, e registro de furto. O veículo foi atingido por pelo menos 100 tiros fuzil de vários calibres.
Trata-se de uma Chevrolet Trailblazer, ano e modelo 2016. A suspeita é de que o carro era dirigido por Osmar Vicente Álvarez Grance, vulgo ‘Bebeto’, que seria o alvo do atentado.
Já a caminhonete Toyota Hilux encontrada incendiado em uma estrada vicinal na Colônia Virgen de Caacupé, não tem registro de roubos ou furtos, e tem placas de Várzea Paulista-SP.
Operação prendeu 6 brasileiros
Seis brasileiros foram presos nesta segunda-feira (11) durante operação que apura a chacina ocorrida na fronteira,a Polícia Nacional Paraguaia. Além disso, foram apreendidos três carros, outros três documentos de veículos, celulares, joias e 74 gramas de maconha.
O nomes dos presos foram divulgados pelo site local Capitán Bado: Hywulsson Foresto, Juares Alvers da Silva, Luis Fernando Armani e Silva Simões, Gabriel Veiga de Souza, Farley José Cisto da Silva Leite Carrijo e Douglas Ribeiro Gomes.
Os veículos apreendidos também são brasileiros, sendo um Fiat Uno cinza, um Volkswagen não identificado na cor branca e um Fiat Polo cinza.
Os mandados de busca e apreensão e prisão foram expedidos pelo juiz criminal do Segundo Turno da Comarca de Amambay, Juan Martín Areco Torraca, para que fossem cumpridos apreensão de veículos de procedência duvidosa, suposta posse de maconha, entrada em domicílio e elementos processuais de quádruplo homicídio. Os presos foram transferidos para o Departamento de Investigações de Amambay.
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