Genro de empresário de MS troca defesa, muda versão e nega ter matado esposa no PR

‘Ela era advogada, teria denunciado se fosse agredida’, disse advogada sobre Jean

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Com a troca de advogado, Jean Michel de Souza, espera provar a sua inocência sobre os assassinatos de Antônio Soares dos Santos, da sogra Helena Marra dos Santos, 59 anos, e da esposa Jaqueline Soares, 39 anos, que foram mortos a facadas e os corpos encontrados pela faxineira da casa.

A advogada que assumiu o caso, Josiane Monteiro, disse que o seu cliente negou os crimes se dizendo injustiçado em relação à acusação dos crimes. Ela ainda disse que espera pelas imagens de câmeras de segurança da vizinhança para mostrar se Jean teria voltado ou não a casa dos sogros no domingo de Dia dos Pais à noite. 

A defesa ainda alega que várias irregularidades foram cometidas durante a prisão de Jean, que espera que os resultados dos exames de DNA comprovem a sua inocência, segundo afirmado ao site O Bem Dito. Josiane ainda disse que Jaqueline era advogada e que tinha conhecimentos, portanto, se estava passando por violência doméstica iria denunciar. 

Jean foi retratado como calculista e frio pela Polícia Civil. Jaqueline, conforme aponta os laudos periciais, seria o alvo principal de Jean. A mulher foi a vítima mais esfaqueada na noite do crime. Jean tentava reatar o relacionamento, quando o triplo homicídio aconteceu. O acusado era possessivo e tinha muitos ciúmes de Jaqueline. O corpo dela foi encontrado dentro de uma banheira vazia, o que leva a crer que ela tentava se esconder.

Segundo as informações passadas pelo delegado Osnildo Carneiro Lemes para o site O Globo, Jean agia de uma forma extremamente calma e calculista. Foi possível detectar inclusive que ele já tinha sido submetido a algumas avaliações psicológicas e fazia um tratamento, disse o delegado.

Ainda de acordo com o delegado, quando os policiais chegaram ao local do crime, a cena ali presente já indicava a possibilidade de não se tratar de crime patrimonial. Foi, então, que a suspeita recaiu em Jean, que tinha comportamento agressivo, não se dava bem com os sogros e tentava reatar o casamento com Jaqueline. 

Contradições

Ainda segundo o delegado, durante todo o dia em que Jean prestou depoimento, os policiais puderam perceber várias contradições entre o que ele dizia e o que a mãe dele contou, como o filho ter ido por duas vezes na casa de Jaqueline, sendo no início da tarde e no fim do dia, mas ele negava.

A polícia ainda achou um par de chinelos usados por Jean que batiam com as marcas deixadas nas poças de sangue próximo às vítimas. “Encontramos algumas manchas que pareciam ser de sangue próximo à lavanderia. Quando nós encontramos essas manchas nós acionamos a criminalística. Eles foram lá, colheram esse material, trouxeram para exame e confirmaram que se tratava de sangue”, disse o delegado.

Manchas de sangue também foram encontradas no volante do carro de Jean, como na maçaneta e câmbio, após o veículo passar por perícia. Ainda de acordo com depoimento de testemunhas, o autor era agressivo ao ponto de chegar a quebrar objetos da casa, por isso não morava com a esposa, já que o relacionamento com os sogros não era bom. 

Triplo homicídio

Na manhã de segunda-feira (9), o empresário Antônio Soares dos Santos, a esposa, Helena Maria Marra dos Santos, e a filha, Jaqueline Soares, foram encontrados mortos em casa, em Umuarama, no Paraná. Os três foram assassinados a facadas e o caso está em investigação.

Segundo as primeiras informações da polícia, o casal foi encontrado morto na cozinha do sobrado onde a família vivia. Já a filha estava dentro de uma banheira, no segundo andar do imóvel. A polícia acredita que ela possa ter tentado se esconder do criminoso, mas acabou encontrada e morta a facadas, assim como os pais.

Polícia Civil, Polícia Militar e Perícia estiveram no local e não encontraram a arma do crime. Os dois veículos da família estavam na residência, o que enfraquece a possibilidade de um latrocínio. O empresário é natural de município sul-mato-grossense. A empregada das vítimas foi quem encontrou os corpos ao chegar para trabalhar, no início da manhã. Ela pediu socorro aos vizinhos, que chamaram a polícia.

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