Detido em flagrante na quinta-feira (13) com o Gol que teria sido usado para dar apoio no homicídio de Catarina Marquesi Moreira, de 72 anos, o suspeito de 30 anos vai continuar preso. Ele passou por audiência de custódia nesta sexta-feira (14), momentos antes de um outro envolvido no crime morrer em confronto com a polícia no Jóquei Club.

Equipes da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) que investigavam o latrocínio de Catarina teriam a informação de que um carro usado de apoio aos envolvidos estaria circulando pela região norte da cidade. Assim, os investigadores foram até a região do Nova Lima, quando viram o Gol bege, conduzido pelo homem de 30 anos.

O suspeito não portava documentos e embaixo do banco de trás do carro foram encontradas várias porções de cocaína. Ele alegou que a droga não era dele e ainda que poderia ser de dois homens, para quem venderia o Gol. O acusado relatou que na última quinta-feira teria deixado o carro o dia todo com os supostos compradores, para eles testarem, e teria ficado com uma motocicleta de garantia.

Sobre o envolvimento do veículo no latrocínio, o homem não deu declarações. Ele acabou preso em flagrante por tráfico de drogas e, em audiência de custódia, foi definida a prisão preventiva. Para a juíza Eliane de Freitas Lima Vicente há motivação suficiente para manter a prisão do acusado, que é reincidente, estava cumprindo pena em regime semiaberto e não comprovou endereço fixo ou emprego lícito.

Bandido morto em confronto

Ainda nesta manhã, um homem morreu em confronto com policiais da Derf durante as investigações do latrocínio. Ele seria o acusado de matar Catarina, mas a informação ainda não foi confirmada pela polícia. A princípio, ele estava no quarto da pensão onde mora, no Jóquei Club, quando os investigadores chegaram.

Conforme as primeiras informações, o suspeito morava há dois meses no local e cumpre pena em regime semiaberto. Os policiais teriam abordado o suspeito, que reagiu, ocorrendo uma troca de tiros. O homem acabou atingido e Corpo de Bombeiros foi acionado, mas ele não resistiu aos ferimentos.

A proprietária da pensão chegou a passar mal e foi socorrida pelos bombeiros e o local foi interditado. O delegado titular da Derf, Reginaldo Salomão, esclareceu que outros detalhes sobre as ocorrência serão repassados na segunda-feira (17), em coletiva.

Tentativa de latrocínio

O crime aconteceu há 10 dias, em 4 de maio, na residência em que a vítima vivia com o marido de 74 anos, no Monte Castelo. Segundo o delegado Salomão, o marido da vítima estava no andar de cima da residência na hora do crime. A autoridade policial relatou que o casal tinha uma rotina e que não descarta, mas também não acredita que algum familiar esteja envolvido no crime.

O marido de Catarina tem problemas auditivos e não teria ouvido ou presenciado o caso. O delegado chegou a conversar com o idoso no local e pode confirmar o problema na audição da testemunha. Ele ainda foi quem encontrou a vítima, conforme o delegado. Ao encontrar a esposa, que ainda agonizava, o idoso tentou ligar para o filho, mas não conseguiu, pois estava muito nervoso e em choque.

Ele então conseguiu depois ligar para o genro, que foi ao local com a filha de Catarina. Eles acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas a vítima não resistiu ao ferimento. Foi apurado que Catarina teria tentado se esconder ao flagrar o bandido em seu ateliê, mas ele ainda foi atrás dela e chegou a arrombar uma porta de um imóvel onde ela estava.

Em seguida, a mulher teve mãos e pernas amarrados e foi agredida com um soco, que acabou resultando na morte da vítima. A polícia acredita que o bandido procurava por algum cofre, que poderia estar escondido atrás dos quadros, já que o cômodo foi revirado. No entanto, o casal vivia de maneira simples, sem itens luxuosos ou caros na residência.