Ex-guarda preso com quadrilha de golpe de carros é filho de PM envolvida na máfia dos cigarreiros

Maira Aparecida foi presa durante a deflagração da operação do Gaeco

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O ex-guarda municipal Edipo Torres, preso nesta quinta-feira (29), em Campo Grande, por integrar uma quadrilha que locava carros para que a quadrilha revendesse os veículos a terceiros como ‘bob’, é filho de Maira Aparecida Torres, presa durante operação deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra a máfia dos cigarreiros.

Maira está entres os oficiais da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) que acabou presa no dia 15 de maio de 2020. Com ela foram presos outros oficiais da alta patente da polícia, que facilitava a atuação de contrabandistas de cigarro do Paraguai.

Em janeiro deste ano, foi impetrado um pedido de habeas corpus para Maira sendo que a defesa alegou constrangimento e ilegalidade na prisão pedindo a substituição da prisão por medidas cautelares, o que foi negado.

Édipo foi preso junto com mais três membros da quadrilha, que tiveram a sua prisão preventiva decretada nesta sexta-feira (30). Ele tinha a função locar os carros para que fossem revendidos a terceiros. Foram presos Vagner da Silva Escobar, motorista, Luca de Melo Gonçalves, estudante; Edipo Torres, ex-guarda municipal, e Glaucus Valerio Fernando Vieira, lavador de carros. Dentro da quadrilha cada um tinha funções distintas para que os crimes fossem concretizados. Edipo e Vagner eram responsáveis pelos aluguéis dos veículos, já Lucas tinha a função de furtar placas para serem colocadas nos carros locados.

Os carros eram revendidos com placas frias, como veículos ‘bobs’ para terceiros instalavam rastreadores nos veículos para que depois pudessem furtá-los depois para fazer outra revenda. Os carros recuperados foram avaliados em aproximadamente R$ 180 mil. Eles locavam os carros, faziam cópias das chaves, instalavam rastreadores e depois furtavam os veículos vendidos para que fossem revendidos novamente.

Máfia dos cigarreiros

A primeira fase da Operação Oiketikus foi desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual e pela Corregedoria Geral da Polícia Militar, em 2018 e levou a prisão cerca de 29 policiais que foram denunciados por corrupção passiva e organização criminosa, por integrarem a chamada “Máfia dos Cigarreiros”.

As investigações iniciaram em abril de 2017 e apontaram que policiais militares de Mato Grosso do Sul davam suporte ao contrabando, mediante pagamento sistemático de propina, interferindo em fiscalização de caminhões de cigarros para que não ocorressem apreensões de cargas e veículos, além de adotarem outras providências voltas para o êxito do esquema criminoso. Os cigarreiros agiam associados desde o início de 2015, estruturalmente ordenados e com divisão de tarefas. As atividades eram desenvolvidas em dois grandes núcleos.

Policiais presos em MS

São eles Admilson Cristaldo Barbosa, Alisson José Carvalho de Almeida, Anderson Gonçalves de Souza, Angelúcio Recalde Paniagua, Aparecido Cristiano Fialho, Claudomiro de Goez Souza, Claiton de Azevedo, Clodoaldo Casanova Ajala, Elvio Barbosa Romeiro, Erick dos Santos Ossuna, Francisco Novaes, Ivan Edemilson Cabanhe, Jhondnei Aguilera, Kelson Augusto Brito Ujakov, Kleber da Costa Ferreira, Lindomar Espindola da Silva, Lisberto Sebastião de Lima, Luciano Espindola da Silva, Maira Aparecida Torres Martins, Marcelo de Souza Lopes, Nazário da Silva, Nestor Bogado Filho, Nilson Procedônio Espíndola, Oscar Leite Ribeiro, Ricardo Campos Figueiredo, Roni Lima Rios, Salvador Soares Borges, Valdson Gomes de Pinho e Wagner Nunes Pereira.

Foram inocentados ou recorreram…

Aparecem na lista dos inocentados Anderson, Claudomiro, Claiton, Clodoaldo, Kleber, Nazário, Nestor, Nilson, Roni, Salvador e Wagner. Os outros foram condenados, mas nem todos respondem pelos mesmos crimes. Dentre eles, Angelucio, Elvio, Erick, Francisco, Ivan, Jhondnei, Lisberto e Valdson tiveram pedidos acatados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e cumprem as condenações em liberdade, com medidas restritivas.

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