Ex-comandante da PMMS foi preso enquanto fazia cobrança ‘amigável’, diz advogado

Ele alega que a cobrança foi feita como forma de favor

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O advogado de defesa do coronel José Ivan de Almeida, Ronaldo Franco, relatou que o cliente foi preso enquanto fazia uma cobrança, mas nega a extorsão. O ex-comandante da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) foi preso em flagrante nesta quarta-feira (26), acusado de extorsão, com um policial civil aposentado e uma terceira pessoa.

Segundo o advogado, o devedor teria se sentido coagido no momento da cobrança e acionou a Corregedoria da PMMS. No entanto, o coronel Ivan não estaria portando arma de fogo no momento em que foi flagrado, nem mesmo teria se identificado como policial durante a cobrança.

Advogado Ronaldo Franco

 

Para Franco, o cliente disse que o credor, o dono do dinheiro que também foi preso, teria pedido um favor a ele para que fosse até o devedor fazer a cobrança. No entanto, ele alega que agiu de maneira ‘amigável’, sem ameaças nem extorsão, crimes pelo qual o coronel foi preso em flagrante.

Também conforme a defesa, o coronel teria orientado o devedor a resolver a situação entre advogados dele e do credor. Por ser oficial da reserva, o policial será encaminhado para o Presídio Militar e passa por audiência de custódia na quinta-feira (27). O advogado acredita que ele deve ser liberado, mediante aplicação de medida cautelar.

Extorsão

Segundo a polícia, as vítimas pegavam o dinheiro emprestado e acabavam sendo cobradas a juros. As vítimas inclusive já tinham pagado valor superior ao que tinham pegado emprestado e ainda eram cobradas. A polícia aponta que o modus operandi é semelhante a como agiam investigados da Omertà.

Coronel Ivan e o policial civil aposentado eram o ‘braço armado’ da ação, agindo mediante grave ameaça. Com isso, coagiam as vítimas e praticavam a extorsão. Além dos dois, o dono do dinheiro também foi preso. Os três foram presos em ação conjunta entre o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Equipes também fizeram buscas na casa do coronel, onde teria sido apreendido um revólver calibre 38. José Ivan de Almeida integrou a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul por mais de 20 anos. Atualmente na reserva, ele recebe mais de R$ 32,9 mil do Governo, conforme o Portal da Transparência.

Ele comandou a corporação pelo período de 2001 a 2006, durante o governo de Zeca do PT.  Conhecido como Coronel Ivan, ele foi eleito para seu primeiro mandato de deputado estadual com 11.980 votos em 2006, tendo sido votado em todos os 78 municípios de Mato Grosso do Sul. Nas eleições seguintes em 2010 não conseguiu se reeleger sendo nomeado no governo André Puccinelli.

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